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Que há, pra’lém do sonhar meu…

Que há, pra’lém do meu sonhar, que m’encandeia
Sem que se me acabe no sono, o mito
De que sou eu criado e suposto dono,
Que há pra lá do sonhar meu, no trilho

Sem asfalto se eu cego e mudo, não mando
Naquilo que se diz ter saído da cadeia
Ou de outros menos mundos, visão. Perdido
Na solidão, estrangeiro no cais, na vida.

O que há para lá do sonhar com que lido
E o saber meu, não alcança nem m’afasta,
É vago, ligeiro e mudo, quando vejo, já era,
Abstracto como um sonho ocultista, perdido,

Parado e branda cal, calmo
Nada. A eternidade? O ar…?
Que há para lá do sonhar e fulge e aflige,
Meu não é,nem me completa, nem m’contenta,

Contemplo-me eu, da alma
E mando parar na noite esguia
O Cego louco, que sou eu, urdi
Os sonhos e o que urge, m’encadeia…

Jorge Santos (10/2014)
http://joel-matos.blogspot.com

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sábado, março 3, 2018 - 20:35

Ministério da Poesia :

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Parado e branda cal, calmo
Nada. A eternidade? O ar…?

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, quando vejo, já era,
Abstracto como um sonho ocultista, perdido,

Parado e branda cal, calmo
Nada. A eternidade? O ar…?

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