CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
AMAR É A MINHA MORGUE
Lodaçal de olhos lodo,
esventro o sol com palavras por dizer.
Palavras sal de fornalhas não lidas.
Estrídulas lágrimas.
Lamaçal.
Penso lama vil sobre rocha fria,
mármores choradas onde jaz a esperança.
Festança ridícula,
esdrúxula matança,
escorrego ouvir ais desafinados.
Queixumes metidos,
mentidos na mente à dor
que me presta às aresta de amor
em cegas silhuetas que se amontoam ocas.
Cinzento me levo em poesia morto,
lavo-me com cortinas de unhas gastas.
Interpreto o tempo
em quilómetros encalhados
num grão de areia suja por suores ansiosos.
Escrevo a vento desabafos de vidro frágil.
Amputo a voz
ao relógio seco das minhas veias,
candeias de desejo ardem mofo mutilado.
Saracoteio
de mácula em mácula
erguendo-me estátua de escuro.
Pantanal de beijo pântano,
vou azo firme em chão móvel,
contorno-me imóvel incontrolável.
Derroto perdas,
derrocadas pedras me encontro
em tanques de monstros emergentes
no meu estendal de ilusões desocupadas.
Obrigo-me
a favor de mim cacto,
desato a cor do fato de flores velhas
no novo eu florido num espelho de água.
Insípido me devolvo
partido por inteiro a meio
do fim começo no meu plural só.
Amar é a minha morgue.
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1516 leituras
Add comment
other contents of Henrique
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Tristeza | O ADEUS É A ESCURIDÃO DO ESCURO … | 2 | 5.709 | 10/08/2012 - 05:39 | Português | |
Poesia/Meditação | MEU GRITO É UMA MÃO CANSADA … | 1 | 2.039 | 10/05/2012 - 18:11 | Português | |
Poesia/Paixão | NÓS ENTRE NÓS … | 0 | 898 | 10/05/2012 - 00:40 | Português | |
Poesia/Meditação | O SILÊNCIO DAS LÁGRIMAS … | 0 | 1.894 | 10/02/2012 - 21:41 | Português | |
Poesia/Meditação | MINHA ALMA É UM MAR DE AMOR … | 0 | 2.492 | 09/30/2012 - 23:46 | Português | |
Poesia/Meditação | ENGODO … | 1 | 1.977 | 09/29/2012 - 20:20 | Português | |
![]() |
Fotos/Outros | Paula Teixeira da Cruz ... | 0 | 1.309 | 09/29/2012 - 17:04 | Português |
Poesia/Amor | TENHO TU … | 0 | 3.308 | 09/28/2012 - 21:20 | Português | |
Poesia/Meditação | DOIDICE … | 0 | 1.932 | 09/25/2012 - 21:12 | Português | |
Poesia/Meditação | O AMOR MORDE O SILÊNCIO … | 0 | 2.921 | 09/23/2012 - 21:42 | Português | |
Poesia/Intervenção | QUE A MORTE NOS MATE … | 0 | 3.242 | 09/20/2012 - 16:53 | Português | |
Poesia/Paixão | UMA LENHA TUA … | 0 | 1.334 | 09/19/2012 - 22:58 | Português | |
Poesia/Paixão | ATÉ QUE A NUDEZ SEJA A ÚLTIMA ROUPA … | 0 | 1.851 | 09/18/2012 - 16:07 | Português | |
![]() |
Fotos/Paisagens | A Queda do Sol ... | 0 | 2.681 | 09/18/2012 - 16:02 | Português |
![]() |
Fotos/Outros | Cortante ... | 0 | 1.846 | 09/18/2012 - 15:59 | Português |
Poesia/Meditação | PALAVRAS DE VASTO SILÊNCIO … | 0 | 3.805 | 09/12/2012 - 20:12 | Português | |
Poesia/Meditação | O SER DAS COISAS DAS COISAS DO SER … | 1 | 1.327 | 09/11/2012 - 17:02 | Português | |
Poesia/Paixão | SOLETRA-ME NOS TEUS SEGREDOS … | 0 | 2.758 | 09/06/2012 - 18:54 | Português | |
![]() |
Fotos/Paisagens | Subir Sem Perder O Chão ... | 0 | 2.844 | 09/04/2012 - 19:01 | Português |
Poesia/Meditação | BICHO COM SETE CABEÇAS DE BICHO … | 0 | 2.660 | 09/04/2012 - 18:45 | Português | |
![]() |
Fotos/Arte Digital | Inveja ... | 0 | 3.598 | 09/04/2012 - 13:13 | Português |
Poesia/Meditação | JUBA DE URTIGAS … | 0 | 3.053 | 09/02/2012 - 21:40 | Português | |
Poesia/Meditação | LUGAR DE OLHOS … | 0 | 984 | 09/02/2012 - 19:02 | Português | |
Poesia/Paixão | NUM TOQUE, O TODO DO TEU DESEJO … | 0 | 3.025 | 09/01/2012 - 23:14 | Português | |
Poesia/Meditação | GRITO … | 0 | 2.308 | 09/01/2012 - 18:56 | Português |
Comentários
Re: AMAR É A MINHA MORGUE
Bom Poema.
Inquietantemente sedutor.
Abraço
Re: AMAR É A MINHA MORGUE
A condenação e os castigos dos que estão dispostos a abrir o coração ao amor.
Grande poema
Abraço
Nuno