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Desventurado Adamastor
I
Seguras um encosto de esquina em nebulosos ocultos,
Esse contemplar tão teu de esmola em sentido...
Já escarlate, o dia num prato vazio,
Consome-se no vento da tua noite mais triste...
Uma coberta beata em sol de caridade,
Sofre o juízo de uma pena de ti
Um cigarro acabado num delírio de tinto,
Borra a míngua da vergonha em excrementos de frio.
Ela, a cidade, tapa-se em vinganças
Como sedas de faca no osso mais bruto
Que chora em insónias desconhecidas infâncias
Desnutridas num sonho desventurado e em luto.
Há que transcender a noite ao leito de mármore
Lápide defunta no desencanto do corpo
Sem inscrição ou memória dos abandonados
Vala da canalha onde estás morto.
E agora escarlate uma manhã de raiva
O retumbar do empório em displicência
Um império de pobres todos em sentido
Num cortejo lúgubre em concorrência.
II
Adamastor...
Engole as tormentas nas águas do rio
Lava os andrajos da miséria no cais
Invade a cidade num musgoso bafio
Que rendilhadas janelas sangram mentira
Doenças venéreas em garrafas de azeite
Crucifixos partidos em degraus de bordeis
Atropelam montanhas fecundas de ódio
Crenças tão falsas como penam os dias
Em caridades hipócritas num meu deus de alivio
Põe Abril num prato porque tarda a bonança
Do alimento liberto da pura ganância
Abraça os justos e mata os traidores
E pinta os dias de todas as cores.
III
O teu ser invisível...
São blocos de pedra...
Sólida...prometida
Onde os homens despidos
Vão construir o sonho.
num grito de cravos...fecundo.
Assim será Adamastor...
Assim será.
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Comentários
Re: Desventurado Adamastor
LINDO POEMA, GOSTEI!
Meus parabéns,
Marne