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Invento um sonho para ti
Sonho…
Sonho que não choras amargurada onde os desesperos te abastardam.
Sonho as tuas mãos livres, operárias num progresso a desvendares…
Homens, mulheres, de polidos olhos cristais com o fulgor das madrugadas
No acontecer do mundo.
Sonho…com noites cálidas e fecundas num murmúrio de águas puras
A orvalhar desertos ásperos que escondem misérias á nossa porta.
Melodia universal que floresce em estrondeares de cataratas selvagens,
No empenho dos explorados a empreender a alforria no quebrar do tronco escravo.
Sonho… que não choras amargurada onde os desesperos te abastardam,
Numa injustiça ímpia, de suores entristecidos pagos a cobres humilhantes.
Sonho o hoje e o amanhã da tua força construtora
Quando madrugas para a luta em farrapos de cansaço.
Sonho…ruas e alamedas de um mundo que é inteiro pintadas de alegria
Arvoredo cintilante a troar brisas de verde no cinzento do adeus,
Nesse velar da ambição que cega de impunidade os homens sem natureza
Vão brotar asas de sangue como cravos anoitecidos na loucura de deus
A tua alma curandeira nos desvarios e nas contendas das imperfeições humanas,
Vai ser creche popular num jardim com carrosséis no expoente dos teus seios
Onde crianças com fome e todos escravos sem nome beberão leite materno
Seiva útera de igualdade de um abraço que é eterno.
Sonho…a cama despida em ti
No teu cume de deleite sem altares enganadores
Mulher doce proprietária do teu corpo proletário e dona dos teus amores;
Amas como quem trabalha no aborto não há falha queimámos os inquisidores
Sonho…florestas e cidades como celestes choupanas onde resvalam riachos
O teu corpo todo liberto do mandamento incerto do chicote e da metralha,
Com fios de electricidade os postes desta cidade
Enforcaram a canalha.
Sonho com o dia sem medo,
Sem ódio sem desdém
Sem um pai sem emprego, sem um filho no degredo
Sem lágrimas numa mãe.
Sem ganância e exploração
Que vive da escravidão
Do derramado sangue operário
Que no fim da vida tem a memória que deus tem e um caixão como salário.
Vem ser a força deste sonho
Que mata um mundo tristonho num construir colectivo
Não estás só camarada porque em cada alvorada
Andarei sempre contigo…
Sonho…com noites cálidas e fecundas num murmúrio de águas puras
A orvalhar desertos ásperos que escondem misérias á nossa porta.
Melodia universal que floresce em estrondeares de cataratas selvagens,
No empenho dos explorados a empreender a alforria no quebrar do tronco escravo.
…É do bem que te quero e da esperança que tenho, na força que te senti…
Humanidade amanhecida, nas noites em que não durmo…
Invento um sonho para ti.
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Comentários
Re: Invento um sonho para ti
Um maravilhoso sonho que se quer real na sua força e urgente necessidade.
Re: Invento um sonho para ti
Solidária ao teus sonhos maravilhosos, sonho contigo. Grande abraço
Re: Invento um sonho para ti
Lindo poema, gostei muito!
Meus parabéns,
MarneDulinski
Re: Invento um sonho para ti
Gostei do belo poema.
Um abraço,
REF