CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Mariana
Mariana só...
Teus olhos vazios são a penumbra das esquinas que dobras.
Sonho contigo
Guardas uma nota que inventa um futuro que é passado.
Estás deitada no mármore, esventrada num espelho de sangue
Há risos de escárnio e uma infecção apodrece o universo
Hoje és notícia sem rosto nem lágrimas, no fecho da edição.
Mariana só...
No soalho fétido do teu casebre de subúrbio, lúgubre e operário, os naperons que cobrem as cabeceiras são hoje mortalhas de saudade.
Somente...
Mariana só...
Que adivinhas-te o ser mulher nos teus seios adolescentes desflorada pela miséria
Matas-te a fome em poções de corpo alheio, de olhos vazios, narcóticos, soporíferos
Quem te quis em desejo repentista, beija esta noite os filhos á mesa, numa casa sem naperons sombrios.
Mariana só…
Das calçadas e Avenidas calcorreadas em devaneio que te deram ás madrugadas gélidas, vãos de escada embriagados
Possuída ás migalhas por poetas etilizados e magalas da província
Mariana só…
Sonho contigo
És Orfeu na noite escura, quiseras tu olhar para trás e ressuscitar sobras de ti numa ode á mulher inteira, minha criança apavorada
Mariana só…
Só, sem lembrança de ninguém, só fome e indiferença, só violada por comer, só humilhada por viver, só prostituta sem querer, só sem sorte e amarfanhada, só a lâmina afiada, agora no mármore esventrada, num espelho de sangue deitada, já não és mulher não és nada…
Agora a tua condição é nome de solidão, notícia sem rosto, nem lágrimas… no fecho da edição.
Mariana só…Mariana!
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 850 leituras
Add comment
other contents of Lapis-Lazuli
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
![]() |
Fotos/ - | 3517 | 1 | 4.486 | 03/13/2018 - 21:32 | Português |
Poesia/Aforismo | In Vapore Sano | 4 | 3.560 | 03/13/2018 - 21:32 | inglês | |
Poesia/Aforismo | Era só isto que eu queria dizer | 1 | 3.272 | 02/27/2018 - 10:22 | inglês | |
Poesia/Aforismo | salgo :33 Isaías sonha que aos fala aos camones | 0 | 2.707 | 06/20/2014 - 15:41 | inglês | |
Poesia/Geral | Boca Do Inferno | 0 | 6.192 | 07/04/2013 - 22:44 | Português | |
Poesia/Pensamentos | veludo | 3 | 3.216 | 05/15/2013 - 17:34 | Português | |
Poesia/Aforismo | Segundo Reza a Morte | 0 | 3.029 | 10/04/2011 - 17:19 | Português | |
Poesia/Meditação | Fumo | 0 | 2.994 | 09/23/2011 - 12:00 | Português | |
Poesia/Aforismo | De olhos fechados | 3 | 3.451 | 09/20/2011 - 22:11 | Português | |
Poesia/Aforismo | Tundra | 0 | 2.872 | 09/20/2011 - 16:36 | Português | |
Poesia/Meditação | Vazio | 3 | 2.991 | 09/16/2011 - 11:00 | Português | |
Poesia/Aforismo | Intento | 0 | 2.470 | 09/05/2011 - 16:52 | Português | |
Poesia/Aforismo | Palma Porque sim...Minha Senhora da Solidão | 0 | 2.804 | 08/29/2011 - 11:13 | Português | |
Poesia/Aforismo | Editorial | 0 | 3.138 | 08/29/2011 - 11:08 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Ermo Corpo Desabitado | 0 | 3.099 | 08/29/2011 - 11:04 | Português | |
Poesia/Aforismo | Dos passos que fazem eco | 1 | 2.684 | 06/21/2011 - 22:06 | Português | |
Poesia/Meditação | Autoretrato sem dó menor | 3 | 4.352 | 03/28/2011 - 23:34 | Português | |
Poesia/Aforismo | Todo o mundo que tenho | 2 | 2.997 | 03/09/2011 - 08:23 | Português | |
![]() |
Fotos/ - | 3516 | 0 | 4.998 | 11/24/2010 - 00:55 | Português |
![]() |
Fotos/ - | 3518 | 0 | 4.592 | 11/24/2010 - 00:55 | Português |
![]() |
Fotos/ - | 2672 | 0 | 5.960 | 11/24/2010 - 00:51 | Português |
Prosas/Outros | A ultima vez no mundo | 0 | 3.126 | 11/18/2010 - 23:56 | Português | |
Prosas/Outros | Os filhos de Emilia Batalha | 0 | 3.314 | 11/18/2010 - 23:56 | Português | |
Poesia/Desilusão | Veredictos | 0 | 3.014 | 11/18/2010 - 16:41 | Português | |
Poesia/Intervenção | Nada mais fácil que isto | 0 | 3.004 | 11/18/2010 - 16:41 | Português |
Comentários
Re: Mariana
Ótimo poema.
Um abraço,
RER