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Rosa de Istambul
Um gin…
No Bósforo…estreito Istambul com azia e Ásia e expresso o oriente num calar ostentoso que vidra o olhar no longe incontido.
Meu corpo é um vulto em viagem que venceu a descendência e deixou os valimentos herdados no abrigo caseiro, inscrito em baús cadeados de partires e regressos ás molduras antigas onde já não moram meus pais.
Venho ao sonho e ao gosto no vento dos meus impensados futuros que me deram destinos incertos, inteiro nas partidas do mundo.
Fumo um bafo de sol no zéfiro centígrado que encrespa o rumo do norte, perpendicular ao Mar Negro, no convés que avista o debruço do seio de Constantinopla banhada de murmúrios bizâncios solúveis pela zoada em colosso das margens frenéticas da cidade que estronda um suor multiétnico num torpor de cânhamo, chás ancestrais e multidões inquietas.
Se fosse dado á magia, quem sabe acreditasse esta cidade em música nos meus ouvidos…a atmosfera é um ilícito azul concluído de rubro onde surge a poesia.
Tal sitio que se ergue em catedral defronte a mim, é um itinerário estripado sem sequência, por não ser um só de cidade em visita…
O belo que se apruma na abóbada da basílica de Santa Sofia ladeada pelo empino ogival de minaretes bizantinos, o perfume balsâmico que se entranha em odores histéricos no Grande Bazar ou o cinza encorpado da Torre Gálata na sua mistura simbiótica com edifícios descendentes, não são os motivos urgentes que me levam ao relato deste berço de Otomano império levado no tempo…
Não…o que me traz é um gin!
Um gin dividido por sentimentos esdrúxulos ao encontro dos olhos castelhanos de uma moira encantada em jornada no Bósforo que me inspira á justa posição de expressões de ventura e bem-querer…
Concedo-lhe longa atenção á revelia do seu olhar verde em viagem, análogo ao indistinto destino que me traz como venho, ao sonho e ao gosto, onde lhe descubro serena, motivações semelhantes para se dar o encontro ibérico de duas almas á procura de si, do ser e do mundo num delírio de gin que se beijou incógnito e em descoberta.
Roda o cânhamo ao fim do fim da tarde e maldigo o efémero que ficará decomposto em quimera e nome de Rosa Cruz, nascida em Salamanca e florescida em Istambul no beijo e no gin…puro;
Estranhos compostos onde dois desconhecidos na calma do longínquo, consagram fusão e partilha no abstracto das razões absolutas... quando no imprevisto do ir se dão num ficar de paixão e de estar só porque sim.
È o que guardo em memória postal, do roteiro onde fumo um bafo de sol no zéfiro centígrado, que encrespa o rumo do norte, perpendicular ao Mar Negro…
Como chegamos, partimos, sem mais nem moradas ou meridianos marcados nos encontros da terra onde se damos inteiros.
Um gin…no Bósforo!
Quem és tu Rosa Cruz…
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Comentários
Re: Rosa de Istambul
Um poema com arte, razão e sentimento!!!
:-)
Re: Rosa de Istambul
Como chegamos, partimos, sem mais nem moradas ou meridianos marcados nos encontros da terra onde se damos inteiros.
Um gin…no Bósforo!
Quem és tu Rosa Cruz…
parabéns lápis azul pelo texto gostei do que li
Um abraço
Melo