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Sombras chinesas
Pareces o minuto que passa corrente pela hora vadia…
Fingias corvos anoitecidos
com sombras chinesas e outras que o silêncio, com muito silêncio,
me assombrava de ti…
Já que nada no tempo que fui se me deu sem esgravatar fossas na vida…
Dormente nos lábios, hematoma vagabundo crescido de vicio e prisão por uma papoila vendida.
Mais…era névoa, era o não estar, o não ser, era sangue moço apodrecido que lamentava calares embrutecidos no escorrego Morfeu opiáceo nas cidades do pó.
Que orgulho era e que é de não me saber perdido… ora agora encontrado constato…
De tudo o que me foste e morreste apenas guardo saudade de te ver vencida fora do meu corpo sem veias.
Simples parece agora o minuto que passa corrente pela hora vadia…
Não tenho compresso o paladar em derrota ao te ver por aí!
És prostituta assassina de todos os que se me foram…findaram…morreram!
Hoje obsto a todos os lugares comuns e frases feitas dos messias de merda que nunca se arrependeram…
Eu arrependo-me…
Por que ao mal que causei e sem deus que conheça, apenas no arrependimento expio os pecados que são e que foram…
Mãe…
Cresci.
Porque choro todas as noites uma náusea em suspiro pelo teu brusco adeus…
Devias-me ver agora, devia-te ver agora…
O bairro onde me procuravas perdido, foi demolido… e plantaram… árvores.
Por já não ser quem era, pelas janelas da linha do comboio já sereno que apanhei no Pragal…
Num fim tarde de sábado que chovia magia para quem entra em Lisboa.
Olhei e vi, árvores, solucei redenção, aclarei em meus olhos longe de névoas papoilas e seringas partidas…então…sombras chinesas e outras que o silêncio, com muito silêncio pintavam o dia no fim…
Disse baixinho o teu nome…
Num comboio sereno…
Eu renasci.
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Comentários
Re: Sombras chinesas
Mto bom
o desespero do "imperador" na morte da sua mais valia, tudo faz para a trazer de volta das sombras e das cinzas.
adorei
abraço
Re: Sombras chinesas
LINDO POEMA, GOSTEI!
Talvez, só quem tenha passado por estes martírios, entenda as entrelinhas de teu belo Poema!
Meus parabéns,
Marne