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Crónicas de Mauro - O roubo da "Separação II"
Oslo- Noruega- 12 Junho de 2009
Mauro e a sua nova parceira de crime Catarina, proposta pelo Pai,admiravam da proa do navio "Almirant", a espectacular baía, que banha Oslo.
Eles esperavam mais frio nesta altura do ano e ficaram agradados, quando o Guia falou da vantagem do clima ameno, proporcionado pela corrente do Golfo.
Mesmo assim, estavam 10 graus e apesar de já estarem á uma semana ali, ainda tentavam ambientarem-se.
As instruções tinham sido claras. Deviam manter um " Low Profile", evitar contactos externos, e acima de tudo estudarem o terreno.
Nesse dia em particular, Mauro armado com uma potente màquina fotográfica, abandonava o navio, de mão dada com a parceira, como se fossem um simples casal de turistas. O guia Sorensen, estipulara para esse dia, uma visita até à mitica fortaleza de Akershus, cuja construção iniciou-se por volta do século XIII, sob as ordens do rei Haakon V da Noruega.
Com um aspecto de castelo renascentista, Mauro sentiu-se seduzido pelo ambiente, amaldiçoando não ter trazido o seu detector de metais, para poder alargar a sua colecção de moedas raras.
Para Cat, a companhia de Mauro estava longe de ser pacífica. Nunca conhecera alguem tão metódico, tão perfecionista, tão desligado do dia-a-dia. Foi com enorme espanto, quando viu que ele,na mala de viagem, apenas trouxera dois pares de calças e duas camisas. O resto resumia-se a algumas peças de roupa interior e ás vastas colecções, que no seu espirito esquizofrénico,eram o seu maior tesouro.
De resto, era escusado qualquer tentativa de diálogo. Percebera que o QI do seu companheiro, era diabólicamente superior, e enervava-a as constantes lições de História.
Por incrivel que pareça, até parecia que ele sempre vivera em Oslo, quando tudo o que fizera, fora comprar um livro extenso em Inglês sobre a ciddade.
Já para o guia Sorensen, de elevado sentimento patriótico, Mauro era um turista perfeito. Profundo conhecedor da história de Oslo, ansioso por saber o paradeiro de Museus e casas de arte.Agradava-lhe que um Europeu, mostrasse tanto entusiasmo por Oslo.
De tal forma, que incentivado por ele, Sorensen, descreveu detalhadamente a resistência da Fortaleza aos constantes cercos da Dinamarca. As batalhas travadas, o numero de mortos, as tácticas de guerra.
A tudo, Cat bocejava e de cigarro acesso, ia sorrindo vagamente.
À noite e depois de se terem visto livres do guia, puderam finalmente iniciar o plano.Apesar da neve surgir nessa noite, nada colocaria entraves ao plano. Pela primeira vez, atacariam á luz do dia. A galeria pretendida estava mais que estudada, e tal como o roubo do Saleiro, o roubo seria feito sem recurso a violência. Seria até simples de mais.
Avançaram até ao centro, onde jantaram truta fermentada, acompanhdo de um delicioso vinho. Para Mauro, a gastronomia da Noruega era deliciosa. Bem ao estilo do que idealizava da cozinha Nórdica. Com muito peixe.
O restaurante ficava mesmo no fim da avenida Karl Johan, e pelo vidro embaciado, ele analizava os poucos carros que circulavam.
-O Pai pensou em tudo.
-Como sempre Cat. Vai correr bem.
-Não sei. Tenho algumas reservas.
-Sobre?
-Sobre a história da mudança. E se falarem contigo? Não sabes Norueguês!
-Sem problemas. Se estivermos nervosos eles topam.
-Como é possível que para ti seja tudo fácil?
-Não se trata de facilidades. Apenas de confiança.Analizei ao pormenor.È possivel!
-Só porque tiveste sorte com o saleiro, não significa que seja sempre assim.
Mauro riu suavemente. Ela não podia perceber que os planos mais simples, são sempre os mais bem sucedidos. Daria tudo para ver a cara do inspector, quando descobriram que o saleiro tinha sido roubado. E daria tudo para poder ver a cara do dono da Galeria, quando descobrir que uma das mais preciosas obras de arte de Edvard Munch ia sumir.
-Sabes o que acho?
-Não. O que achas?
-Que a tua desconfiança em mim, dá-me uma maior vontade de ser bem sucedido.
-Oh Mauro, pára com isso. Eu sou perita em informática. Não em roubos destes.
-Shiu. Lá por estarmos em Oslo, não quer dizer que não haja Portugueses a ouvir. Concentra-te. Vai correr bem.
Catarina, olhou em volta, como se ssegurando que não era ouvida, para depois sentenciar:
-Vamos para o Hotel?
-Com certeza. Amanhã vai ser um dia lindo.
------------------
O dia amanheceu suave. O lençol de neve branca e imaculada cobria a cidade. Quando eles desceram para o pequeno almoço. Eram exactamente oito horas da manhã, e dentro de uma hora iniciariam o plano.
Catarina e Mauro acabaram de comer, pergaram cada um no seu saco e sairam para o exterior. Evitaram o taxi e esperaram o autocarro correcto. Tinham feito inumeras vezes o mesmo percurso nessa semana, cronometrando o tempo. Uma das caracteristicas que agradava a Mauo, era a incrivel pontualidade dos habitantes de Oslo. Ele gostava da perfeição das coisas.
Quando o autocarro estacou a poucos metros da galeria, abandonaram prontamente o transporte publico, e dirigiram-se a uma casa de banho publica, onde vestiram um uniforme de equipa de mudanças que estava no saco. Catarina tentou escondar as mechas de cabelo castanho dentro do boné, e baixou a pala, assegurando-se que as ligaduras ocultavam o tamanho dos seios. Tentando passar como homem.
A seu lado Mauro, pendurava o crachá com a sua foto e um nome Norueguês. Esperaram exactamente 12 minutos, e quando o resto da equipa verdadeira das mudanças chegou, seguiram-nos.
Como ele calculara, ninguem se apercebeu da presença de mais dois funcionários, e na cauda do pelotão, aguardava que o superior se apresentasse ao gerente da galeria.
Depois de esclarecidos os pormenores, o supervisor virou-se, gesticulou enquanto falou algo e como formigas, a equipa principiou a separar-se.Por essa altura já Mauro e Catarina acercavam-se da Litografia Separação II " de Munch, tiraram-na da parede e seguiram o funcionário da galeria, até ao armazém situado nas traseiras, onde ele, metódicamente procedeu ao acondicionamento da obra de arte, para que o transporte pudesse ser feito para a nova galeria.
Mauro consultou o relógio. Se tudo seguisse de acordo com o plano, dentro de 4 minutos e meio, uma segunda carrinha, estacionaria atrás da carrinha das mudanças, onde estaria o terceiro elemento, Anabela, pronta a arrancar assim que eles entrassem.
Como o Pai calculara, optando por rodea-la de papel pardo e com reforço de camada, para evitar que a mesma se deteriorasse.
Enquanto Mauro aguardava, Catarina ia auxiliando os outros, e assim que Mauro levou duas vezes a mão ao boné, ela desapareceu. Dirigiu-se á mesma casa de banho, retirou o saco de dentro do cesto de papeis, voltou a vestir-se á civil, e com os dois sacos na mão, abandonou as instalações até á paragem de autocarro.
Mauro recebeu o pacote da mão do funcionário, enquanto este comentava uma série de afirmações, a que Mauro ia concordando com a cabeça, e preparava-se para sair, quando subitamente o Supervisor estacou na sua frente.
Como era seu apanágio, ele manteve a calma, sorriu friamente:
-God dag, veileder!(Bom dia Supervisor!)
O supervisor olhou demoradamente para o crachá. Não se lembrava deste funcionário, mas a assinatura no crachá era do Presidente da companhia. Só podia ser um dos Italianos, que ajudavam a empresa nestas mudanças. Sorriu e inquiriu:
-Hva gjør du her? Teamet er i andre etasje?
(O que fazes aqui? A equipa está no segundo piso?)
Mauro concentrou-se, mantendo-se calmo e calculano uma resposta de ocasião, tentou formular:
-Etterkomme ordre!
(Cumpro Ordens!)
Mauro ouvira a mesma frase da boca do recepcionista para o seu superior, apesar de não ter a certeza qual o correcto significado.
O Supervisor olhou-o de soslaio. Malditos Italianos, nem sabem falar. pensou e acenando com a mão, ordenou que continuasse, sorrindo num ar altivo.
Com este diálogo, Mauro atrasara-se e evitando acelarar o passo, dirigiu-se para o exterior, e vendo que ninguem olhava, circundou a carrinha de mudanças, abriu a porta lateral da segunda carrinha estacionada, colocou o quadro, fechou a porta, dando uma palmada na mesma. Sem acelarar ou dar sinais de pressa, A condutora, deu o pisca, e arrancou.
Mauro encolheu os ombros, dirigiu-se de novo para o interior da galeria, foi á casa de banho da mesma, trancou a porta e pacientemente despiu macacão Uniforme, tirou o boné e o crachá. Enrolou toda a roupa, colocando-a atrás da sanita, compôs o colarinho da camisa. Do bolso tirou o gorro preto, um catálogo de frente e verso tamanho A5 da galeria, e uma Carta de jogar, o ÀS de paus, que deixou junto da roupa. Compôs as luvas e sorridente saiu para o exterior, de catálogo em punho, como se fosse um turista.
Dez minutos depois. Mauro sentava-se no café do costume,Catarina chegou dez minutos depois. Sorriram e tomaram um chá de cidreira. Pouco depois o seu Nókia preto tocava.
Mauro limitou-se a ouvir e anunciou a Catarina:
-O Chek -Inn inicia-se dentro de vinte minutos. Sorensen vem-nos buscar.
-Optimo. - Anunciou a parceira num sorriso nervoso.
Lisboa 14 de junho de 2009
O Pai, como era chamado pelos outros elementos do grupo, celebrava efusivamente mais uma conquista.
Se de facto a roupa tinha sido encontrada e o alarme dado, nada transpirara para o exterior.
De rosto emocionado, examinou atentamente o quadr.
-Uma bela Litografia.A separação...excelente.
-Correu bem. Foi fácil.
-Não catarina. Não foi fácil. Foi de acordo com o plano e quando assim é...Corre sempre bem
-Confesso que fiquei nervosa. estava estacionada e ele não vinha.
-Bom. Se tivessem suspeitado de mim, não saia nunca.
-Um excelente trabalho de equipa. Valeu a pena o dinheiro gasto no alojamento dos 3
-Vai vender?
-E quem compraria? Oslo está cheio de narcotraficantes de alguns recursos. A culpa será deles. nada deixaos que relacione co o Saleiro.
Mauro hesitou repentinamente. Nunca comentara o seu "Piéce de resistence". A sua marca pessoal, o As de Paus. De qualquer forma era indiferente.
Viena 20 de junho de 2009
O Inspector Fritz, em conversa ocasional com um seu amigo da policia Norueguesa, recebera uma estranha noticia.
Alguem havia roubado uma peça de arte, provavelmente um Italiano, e deixara como pista uma carta...o AS de paus.
Fritz ficou incrédulo. Seria possivel?
Heistando por uns segundos, optou por ligar com o Super intendente de Oslo.
Viajaria para lá no dia seguinte. Entretanto seria necessário continuar amanter o segredo do furto.
Porto, 22 de Junho de 2009
Mauro comprara dois baralhos de cartas novas e abrindo o mapa de oslo, sorriu a colocar as fotos Polaroid e a catalogálas por dia e locais.
Iniciara uma nova colecção.
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Comentários
Re: Crónicas de Mauro - O roubo da "Separação II"
Também eu estou grata a todos aqui no Waff, que me têm tratado com muito carinho. Sempre me senti aqui muito bem
Ainda um dia irei perceber porque esse seu avatar me deixa tão curiosa, mas de facto inspira-me num carinho imenso.
Olho a figura e apetece "pegar ao colo". O que escreve é muito interessante, Gosto muito!
Beijos
Matilde D'Ônix