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A lenda de Enoah - Capitulo 18

Assim que padre Gambinus e o seu pequeno batalhão de leais soldados, abandonaram os limites do alcance visual do rosto pálido da jovem aia, ela desceu da ameia central do palácio e caminhou, o mais rápidamente que o vestido lhe permitia ao quarto da rainha.
Assim que entrou, estacou apreensiva diante do rosto calmo e sereno de Latvéria e sorriu.
Na sala de comando os quatro presentes tomavam o seu lugar na mesa central, diante da figura de um extenuado Leopoldo II.
Era o penultimo dia do Festival dos Mortos e o terceiro dia, desde que Enoah e Percival partiram. Era o dia acordado para recuperar algum tempo de indecisões e o rei esperava que não lhe fossem levantadas objecções. Na verdade, sentia-se desconfortável diante de tais homens, sem o apoio consciente da rainha.
Sabendo que precisava de ser directo e frontal, o rei não perdeu tempo:
-Meus Senhores, havei solicitado a vossa prsença para vos informar da minha decisão real. Ficai desde já a saber, que se trata mesmo de apenas transcrever a minha decisão e não pretenderei debater convosco acerca do carácter de obrigatoriedade da mesma.
-Que afirmais, meu rei? - Inquiriu Julien Strangh, o lorde do solar de Arkhan
-Que pretendo, de uma vez por todas, e pela primeira vez ter este Concelho de Guerra de meu lado.
Julien preparava-se para retorquir, quando Cadveiss, o ruivo nobre do brazão régio, acalmou:
-Ouçamos primeiroo que Leopoldo II nos tem a comunicar e depois veremos.
-Sim, meus leais nobres. Não podemos mais perder tempo. Neste preciso momento conto com a vossa ajuda e com a vossa coragem.
Um curto silêncio instalou-se na pequena sala, continuando o rei:
-Desde a noite passada que em segredo reuni todos os valorosos guerreiros de Ischtfall, que aguardam apenas uma ordem minha, para atacarmos Orgutt.
-Como? Pelos Deuses isso é sucido. - Afirmou julien Strangh.
-Uma loucura.! - Concordou Cadveiss.
-Meu rei, isso é impensável. - Retorquiu um sonolento Lord.
-Tendes toda a razão, mas mesmo assim será feito. Como eu disse, não esperava vossos conselhos, apenas transmitir o meu parecer.
-Onde se encontra a rainha?- Inquiriu Cadveiss
-A rainha está mal disposta de momento.
-Que os Deuses falam sobre este ataque? - Indagou Julien
-Os Deuses não foram consultados.
-Heresia majestade. Ousais deixar o parecer dos bons Deuses de lado?
-Efectivamente assim serà !
Há medida que crescia a contestação, menos forças o rei tinha na concretização de seu plano e vendo que os intervenientes discutiam àvidamente entre eles, o rei sentou-se pesadamente, ruminando nervosamente um modo de os calar:
-Meu rei. Nobre majestade e responsável por Ischtfall, rogo-vos que meditais um pouco...
-Chega! Eu sou Leopoldo II, o rei de ischtfall e enquanto o trono for meu, as minhas decisões serão soberanas. Eu decidi que hoje mesmo partirei com meu exército e de coração partido ficarei, se em tal acto sentir divisões dentro do reino.
O silencio voltou a reinar sobre o olhar flamejante do rei, sendo curtamente interrompido por Julien:
-Majestade, se a rainha estivesse presente, decerto....
A porta principal da sala abriu-se com relativo impacto, surgindo uma rainha decidida e interventiva, perante o olhar estupefacto de Leopoldo II:
-A rainha está presente e a rainha apoia e consente tal invasão. Quem de vós se opõe à sábia decisão de Leopoldo II, meu marido e vosso rei?
Esmagados por tamanha superioridade de carácter os nobres calaram-se quase de imediato, escapando dos lábios de Cadveiss um murmurio:
-Mas se Gambinus fosse consultado...
-Vlad Gambinus é um espião a soldo de Pretorius e um reles inimigo da coroa
-Que dizeis, majestade? - Indagava Julien perante o ar decidido da rainha.
-Que esse pretenso Oráculo dos Deuses me tentou drogar e subjugar a Coroa de Ischtfall a Pretorius, com artimanhas Vis.
-Por certo tendes provas disso?
A rainha encarou Julien, com um olhar fulminante:
-Cuidai a vossa lingua, nobre. Eu sou vossa rainha. Vou ignorar essa ofensa. Beatrice!
-Sim, majestade.
-Contai o que sabeis!
A jovem aia, colocou rápidamente ao corrente o encontro secreto que presenciara de Gambinus com o pajem, a partida deste e o sonorífero entregue a ela que a rainha nunca tomou, pois ela comunicou em largo choro o plano de Gambinus:
-Pelos Deuses, se Gambinus não está conosco, está contra nós. - Murmurou o sonolento Lord
-Os deuses se viraram contra nós! - Exclamou Julien
Como que acordando do choque de ver a rainha de perfeita saude, o rei avisou:
-Nunca os Deuses nos abandonarão, pois todos sabemos que é vontade deles defendermos este pequeno pedaço do céu.Digo-vos que se não agirmos já, seremos tomados pelas forças de Pretorius.
-Mas majestade já os vencemos antes.
-Mas desta vez ele reune um exército imenso e não cairá no erro de nos atacar de madrugada, mas a meio da tarde.
-Mesmo assim...
-Pelos Deuses, que é feito da raça e vontade dos homens de Ischtfall, que aqui eu só vejo covardes! - Criticou Latvéria.
-Confiai em mim, e parti comigo para Orgutt. Garanto-vos que daqui a tres dias Orgutt cairá.
Os nobres entreolharam-se e em unissono gritaram:
-Por Ischtfall, por Leopoldo II e pela nossa rainha Latvéria, nós Lords do reino, honradamente vos acompanharemos na batalha!
O rei beijando a rainha, chamou um dos guardas reais e solicitou a presença do conselheiro do Reino diante do Conselho de Guerra. Quando o pequen o sujeito surgiu sorridente diante do rei, este ordenou, na direcção de um dos guardas reais:
-Eu, Leopoldo II, rei de Ischtfall, declaro que o conselheiro real, seja destituido e encerrado em prisão, por atentado moral contra o bom funcionamento do reino.
Estupefacto diante da decisão, o pequeno sujeito ajoelhou-se:
-Pelos bons Deuses, majestade, tende clemência!
-Haveis conspirado com o padre Gambinus contra o reino!
-Mas majestade, eu apenas me limitei a ouvir Gambinus....ele é louco, mas eu nada participei.
-Haveis solicitado a presença da aia, diante dele.
-Sim majestade, mas desconhecia que...
-Basta. Guardas levem-no. Quando regressar eu meditarei sobre a sua conduta
-E gambinus, senhor? - Indagou Julien
-Assim que ele voltar, prendam-nos. Agora Latvéria cuidará do reino. Nós temos de partir.
Com sorrisos nervosos, os Nobres abandonaram o palácio, juntamdo-se ás fileiras do exército real.
Mal sabia Gambinus que os homens que levara eram camponeses, recentemente convertidos em soldados

Na guerra e no amor, vale tudo...Assim soava uma balada dos trovadores do reino

--------------Fim Capitulo 18

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sexta-feira, junho 25, 2010 - 22:51

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