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O bolo
Que queres, minha querida. De uma ou de outra forma, sempre soubemos que,
na receita para se fazerem bons soldados, era necessário não apenas uma certa
dose de estupidez, mas outro tanto de desespero. E nem falo sequer no açúcar e
na farinha já com fermento.
Foi ao desespero da minha solidão que fui buscar a bigorna para forjar o que temos.
E tu, meu amor, porventura pensas que és diferente. Não tentes agora esconder esse
martelo que tens nas mãos por detrás do teu sorriso de menina inocente. Terás,
parece-me, tanto de inocente quanto eu de menina e deixo o medidor de líquidos nas
tuas mãos para que não te enganes na quantidade de leite para o bolo.
Ser-se adulto será, paixão da minha vida, saber-mo-nos sozinhos.
Propõe-se agora à votação deste parlamento o diploma que regulamenta as competências
do instituto público da bigorna e da direcção geral do martelo: iremos os dois à garagem e,
enquanto tu guardarás esse martelo na minha caixa de ferramentas, eu poria a bigorna no
porta bagagens do carro e amanhã, quando formos almoçar, leva-se para casa da tua mãe.
Bem vistas as coisas, espaço devoluto é coisa que por lá não falta. E, quando regressarmos
do repasto, eu agarro no martelo e levo-o ao meu pai. Apesar da minha mãe e do reumatismo
ele há-de acabar por arranjar-lhe algum uso. Proceda-se à votação.
Como. Estás preocupada com o meu futuro reumatismo por transportar sozinho a bigorna,
propões-te auxiliar-me. Não tinha pensado nessa eventualidade, desculpa, é a minha já
conhecida tendência para o heroísmo. Moção aprovada por unanimidade, aclamação e
com as devidas alterações de competências na secretaria de estado do ordenamento do
território.
Já agora, deixa-me bater as claras dos ovos em castelo, sempre teremos que aquartelar
os soldados nalgum local.
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