Mais além da África

África... Tão distante...
Trago um sonho.
Conhecê-la.
Sonho quando trago?

Trarei esta terra até mim
Como tratarei de levar-me a ela
Lavar-me, larvar-me, largar-me
Lagares, lugares...

Mas, ai! Não tenho alma Masai,
Nem de um ser Serengueti,
E ainda assim, sim,
Sonho com o Quênia, quem ia?

Com as neves do Kilimanjaro,
Aquele manjar...
Pois trago em mim os pés descalços,
Do negro pela savana a vagar.

Devagar, fecho os olhos
E vejo aquela terra
Ela é mais minha que eu dela?
Minha alma dobra o Cabo...

Não posso ir sozinho.
O ventre da Terra mãe
É generoso, e vasto
Não é para mãos vazias.

Levarei comigo, além de minha alma
Uma filha para a Grande Mãe,
Uma deusa branca
Para o escuro do mundo.

A Grande Mãe a acolheria...
A afagaria, a acalmaria
Calmaria...
Todo vulcão é calmo antes...

Há um mar entre o homem que sonha
E a terra que espera.
E há a vontade, à vontade...
E também o tempo...

Quando a pequena mãe branca
pousar seus olhos na Grande Terra
A Grande Mãe verá seu ventre proeminente e dirá:
Vem, meu filho, que o mundo é teu.