DESNUDO O ARBUSTO DA SOLIDÃO
O amanhã
é sombra iluminada de luz,
nas carências que a alma exige do corpo
que trago ao colo de uma paixão encurralada,
num subsolo de duvidas confirmado o meu ideal.
Há uma paixão
que há muito não segue
a suprema realidade da minha indomável solidão.
Sobrevivo à seca
despontada nos meus nulos
vigorizados e demasiadamente repetitivos,
desolados em gotas que acumulam nuvens de dor.
A solidão
deixa de ser triste quando é liberdade
sob um planalto varrido por ventos de fogo,
na franja de uma esperança que absorve o depois.
A saudade
devora o tempo de medo,
mas goza a esperança encontrada
num amor tatuado no Sol que bronzeia
de prazer cada ontem do meu chegar hoje
a este cálice de emoções que bebo da minha poesia.
Sou colheita de nada
num jardim sobre uma lua que não existe,
esvaziando-me de entrega a esperas que não esperam.
Afio as garras
do rancor sobre o dorso
de um rochedo de ausências
nas minhas vontades que reclamam poéticas,
num alarme que soa revolta no brilho dos meus olhos.
Toca-me o olhar
a perfeição que a solidão não completa,
vociferando o murmúrio de uma alma gémea
que devaneia nas entrelinhas dos meus versos de paixão.
Desnudo
o arbusto da solidão
que pende sem eco numa crosta salgada de lágrimas no rosto.
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 709 reads
Add comment
other contents of Henrique
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Love | OLHAR ANDANTE PELA MADRUGADA | 2 | 583 | 07/21/2009 - 05:23 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | APARÊNCIAS SÃO UMA FORMA DO NADA | 4 | 761 | 07/21/2009 - 05:17 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | POETA PERFEITO... | 1 | 3.290 | 07/19/2009 - 18:45 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | CEMITÉRIO DAS ERAS... | 1 | 2.335 | 07/19/2009 - 18:43 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | OCEANO QUE O MEDO AFOGOU | 6 | 1.003 | 07/19/2009 - 03:13 | Portuguese | |
Fotos/Faces | PASSION FACES | 2 | 861 | 07/18/2009 - 02:33 | Portuguese | |
Poesia/Love | LETRAS DE LUA | 5 | 982 | 07/17/2009 - 17:51 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Parabéns (MariaMateus) | 2 | 568 | 07/16/2009 - 20:56 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | BEIJO COM SOMBRA DE ADEUS | 3 | 835 | 07/16/2009 - 20:49 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | AFINAL QUE SER É DEUS? | 6 | 1.005 | 07/12/2009 - 21:48 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | SERÁ DEUS UM OBJECTO? | 2 | 1.360 | 07/12/2009 - 16:42 | Portuguese | |
Poesia/Passion | ESTREMECER DO TEU VENTRE | 2 | 1.543 | 07/12/2009 - 14:30 | Portuguese | |
Poesia/Passion | SUJO A ALMA DE EXCITAÇÃO | 1 | 1.501 | 07/12/2009 - 14:21 | Portuguese | |
Poesia/Love | SORRIR NÃO MENTE SENTIR | 2 | 1.201 | 07/09/2009 - 23:22 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | INTERVALO DE AMOR | 3 | 3.557 | 07/09/2009 - 21:28 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | QUEM ME LÊ DESPE O QUE SINTO | 3 | 1.418 | 07/09/2009 - 19:43 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | ÀS ESCONDIDAS COM AS PALAVRAS | 0 | 2.822 | 07/09/2009 - 01:08 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | POR ENTRE SUSPIROS E AIS | 3 | 1.964 | 07/08/2009 - 10:31 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | O PIOR DE TUDO | 2 | 1.853 | 07/08/2009 - 04:53 | Portuguese | |
Poesia/Love | NA SAUDADE CULPAS CAEM FALIDAS | 3 | 3.065 | 07/08/2009 - 04:48 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | ELES SABEM O QUE SOMOS | 3 | 3.640 | 07/08/2009 - 04:43 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | RAIZ DO SILÊNCIO | 8 | 1.797 | 07/07/2009 - 21:44 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | ENTRAR NA ALMA | 1 | 2.693 | 07/07/2009 - 02:24 | Portuguese | |
Poesia/Love | ÉS NÉCTAR DE POESIA | 5 | 1.261 | 07/06/2009 - 14:15 | Portuguese | |
Poesia/Passion | ARCO-ÍRIS | 4 | 1.156 | 07/04/2009 - 01:34 | Portuguese |
Comments
Ficou muito bom... Gostei
Ficou muito bom...
Gostei bastante.
Abraço, ...)...(@
:)
Re: DESNUDO O ARBUSTO DA SOLIDÃO
Olá, Henrique!
Muito grata pelo seu simpático comentário ao meu poema.
Sinto uma tristeza e uma revolta enormes, no seu poema.
Amigo, todos nós passamos por estes períodos na vida. Eu mesma passei por algo assim durante 5 anos. Hoje, estou preferindo estar só a estar mal acompanhada. Talvez o que eu procure, não exista e eu seja exigente demais, mas não me contento com o pouco por não ter o que preciso.
As voltas da vida fazem de um dia de chuva, um dia de sol. De noites de trovoadas para noites enluaradas. E então, acabo fazendo um poema para dizer-lhe que tente ser feliz, começando por dentro de si mesmo. Vai ver como fica muito melhor. beijos
Re: DESNUDO O ARBUSTO DA SOLIDÃO
E não é que o arbusto ficou desnudado :-)
Grande poema
Abraço
Re: DESNUDO O ARBUSTO DA SOLIDÃO
Voce se supera a cada texto cada verso.
Encontrei identidade total na força de seus
versos.
Querido amigo aquele abraço...
Re: DESNUDO O ARBUSTO DA SOLIDÃO
No fundo entre tantas as dores e desamores, sempre uma saudade tragada numa taça...