Interruptor do Sol

Dama dada ao sacrifício
Devorada vagina adentro
Pela eterizada apotheose do cume
Esboço lento da luz

Apelo com selos em celas de cansaço
Nas chibatadas sob lençóis de coxas sedas macias

Sexo quente forte dor apraz triste
Jocasta amante da farsa
Do engano do amor errado
Blues da infâmia pedinte da noite

Rodar, rodar até fugir de ti
Pra que no fim... Cair na desgraça de braços infelizes teus

Só os que temem as trevas têm a capacidade de amar-te

Luz na verga hipodérmica voraz estanque
De raios ultramantes toga da Terra
Põem medos nostálgicos carcomidos junto à face
À deriva boiando liso na cama lisa suor do quente
Da tarde baleada combalida que se esvai
Nos buracos rasos das nuvens que de cor se mudam

Ai!

Encaixe de tombos tardos dedo crespo
Jogue abaixo o todo de todo brilho do sono

Areia isolada

Esperança que não aparece
Face que não existe
Céus que o mais das vezes dizem adeus
Aos seus
Aos meus
Deslavados lenços perdidos nas cores da pele

Submited by

Monday, March 19, 2012 - 17:54

Poesia :

Your rating: None (1 vote)

Alcantra

Alcantra's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 10 years 6 weeks ago
Joined: 04/14/2009
Posts:
Points: 1563

Comments

Jorge Humberto's picture

Olá, minha querida, amiga, Alcantra,

Olá, minha querida, amiga, Alcantra,

é um prazer imenso descobrir tua poesia, tão real e concreta, como olhos líquidos em esquinas cruas, na antecipação do gozo, pela simples observação da presa, que vai pelos descaminhos, inconsciente da ereção, da masturbação, que lhe rouba toda a graça e vida, ficando apenas o gorgolejar da saliva, na falta do oxigénio...

Um poema erótico, escrito sem falsos pudores, num desarranjo de lençóis, pelo desalinho de uma entrega, muito além do sexo, aquém dos amantes, quiça falho do amor, que se buscou a todo o instante, cuspindo longe todo e qualquer estigma social.

Gostaria ainda de te agradecer, por teres aceite meu convite para sermos amigos, onde já te encontras, com tua fotinha na minha Galeria, e também por teres visitado meu cantinho de poesias.

Beijinhos mil.
Jorge Humberto

Add comment

Login to post comments

other contents of Alcantra

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/General Paletó de carícias 1 1.119 04/17/2012 - 02:32 Portuguese
Poesia/General Cômodo dos afugentados 2 1.216 04/12/2012 - 15:47 Portuguese
Poesia/General Escritos da Memória 1 940 04/06/2012 - 14:35 Portuguese
Poesia/General Interruptor do Sol 1 1.062 04/02/2012 - 19:42 Portuguese
Poesia/General A privada do gigante 0 1.307 03/30/2012 - 15:31 Portuguese
Poesia/General Azul da Prússia 0 1.070 03/26/2012 - 19:00 Portuguese
Poesia/General Labaredas sarcásticas dançam nas ruas de Roma 2 1.187 03/14/2012 - 20:39 Portuguese
Prosas/Mistério Lágrimas do leão cego 0 1.470 03/09/2012 - 14:13 Portuguese
Poesia/General Os campos de Julho 0 1.192 03/09/2012 - 14:10 Portuguese
Poesia/General Chalés da Beladona 0 965 03/05/2012 - 14:54 Portuguese
Poesia/General O nome da tarde era poesia 0 1.260 02/29/2012 - 21:29 Portuguese
Poesia/General Outro do Outro Lado 0 801 02/23/2012 - 22:06 Portuguese
Poesia/General O encantador de beija-flores 0 1.429 02/13/2012 - 14:29 Portuguese
Poesia/General Noi não contigo 0 755 02/07/2012 - 14:22 Portuguese
Poesia/General Letras em chamas 0 1.113 02/03/2012 - 09:59 Portuguese
Poesia/General Sonso e Truncado 0 1.232 01/12/2012 - 14:40 Portuguese
Poesia/General Os filhos do Beco 0 1.249 12/27/2011 - 13:48 Portuguese
Poesia/General Parapeito do mundo 0 1.040 12/19/2011 - 21:57 Portuguese
Poesia/General Chorrilho só chorrilho 0 855 12/13/2011 - 20:35 Portuguese
Poesia/General Ler sexo ou solidão 0 1.656 12/04/2011 - 17:52 Portuguese
Poesia/General Correr & nada ser 0 1.173 11/28/2011 - 21:39 Portuguese
Poesia/General Por azo ao flerte 0 1.132 11/20/2011 - 01:10 Portuguese
Poesia/General Arbítrios, broquéis contra missal 0 1.479 11/11/2011 - 21:07 Portuguese
Prosas/Others Apenas num jornal 0 1.606 10/29/2011 - 23:42 Portuguese
Poesia/General A Capa e o Roubo 0 1.481 10/29/2011 - 23:40 Portuguese