As estrelas, os Estrôncios e os Sonhos.
As Estrelas, os Estrôncios e os Sonhos.
Gosto do que gasto, duma dúvida suposta,
À luz movediça que gasto, forte e ravessa,
Passa, baça Pessoa, inquietação que gasto,
Gasto o tempo, gasto o grito instinto, rezo
Grégoras, aflito, inatural dantesco, Freud e sonho.
É dessagrada a mudez minha e a nudez báltica,
Da caliça e da estátua grega, cimento sacro,
Sacros meus rins e varizes espessas, espicaçadas,
Gosto quando m’aposso, sem possessão, d’Isolda,
Que se lixe Pessoa, chega, libido meu, viuvez,
Estive triste e contente duma vez, alheio a tudo…
A montanha d’m’achar, mas duvido que me procure,
No caminho em curva, pra recordar Caeiro D’andas,
Ou mesmo o rebanho sem desejos, Reis, páginas tantas,
Atraiçoaram-me, chega, d’egos, mitos e Campos,
Estrelas e Estrôncios, calor súbito que não dura,
Amor que se ergue e declina num ápice, nem lembro,
Fixado na emoção de reaver o que a minha jugular
Interna pressente, “O deve e o haver” da dúvida
Convertível em cinza, – antes fosse, lírica a areia.
Dos mares que não sendo, são três, engoli um reles,
Desagradável sabor a vagão, a fumo,-oh Deus meu…
Das estrelas estacionadas, dos estrôncios veios
E dos sonhos vãos, larvais, lavados, gosto a gasto.
Jorge Santos (11/2014)
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recordar Caeiro D’andas, Ou
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recordar Caeiro D’andas, Ou
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Ou mesmo o rebanho sem desejos, Reis, páginas tantas,
Atraiçoaram-me, chega, d’egos, mitos e Campos,
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recordar Caeiro D’andas, Ou
recordar Caeiro D’andas,
Ou mesmo o rebanho sem desejos, Reis, páginas tantas,
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