Breve País este…

Meu país breve

Vago sussurro me leva,
Através deste breve país,
Que nem me louva,
Nem me indulta, como juiz,

Mas condena à tristeza,
Como sentença do que não fiz,
(Valia mais cear com o demo à mesa,
Tão bastardo como estas leis).

Breve sussurro me leve,
D’outra e outra vez,
Breve e branco como neve,
Pisada por meus pés,

No silencio de quem não me ouve,
No rumor débil que hasteio,
Ao ouvido de quem não me vê,
E ao meu olhar raro e alheio.

Vago sussurro me leve,
Nas vagas leves, nas marés
Do destino que m’envolve,
De heróis e almirantes.

E assim vogo entre desencantos,
Amores e saudades d’antes,
De migrados nostálgicos,
E exilados, outrora senhores,

De terras e campos.
Breve sussurro me leve,
Ao régio do que fomos,
Nas penas da mais famosa ave,

À  herança que perdi
E á memória d’elefante,
Tudo o que era antes, eu esqueci,
Excepto que não sou, de todo, inocente.

Jorge Santos (05/2011)
http://joel-matos.blogspot.com

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Monday, March 5, 2018 - 17:56

Ministério da Poesia :

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Breve e branco como

Breve e branco como neve,
Pisada por meus pés,

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Breve e branco como neve,
Pisada por meus pés,

No silencio de quem não me ouve,

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Breve e branco como

Breve e branco como neve,
Pisada por meus pés,

No silencio de quem não me ouve,

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Ao ouvido de quem não me vê,
E ao meu olhar raro e alheio.

Vago sussurro me leve,

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