Um sol de meias-luas

Na selva densa da minha solidão
Vejo-me nua, sem eira nem beira
Sou ilha deserta, mas mulher inteira
Submersa nas águas da desilusão

Soletro nomes que me vêm à mente
Na busca constante da identidade
Contra a amnésia procuro a verdade
Esqueci o passado vivo no presente

Vagueio sem memórias até me encontrar
Que espécie serei, mulher sem idade?
Ou poeta que vive sempre a sonhar?

Visto de alvoradas e versos de amor
Em mim um sol de meias-luas
Quem sabe o meu nome não é Leonor?

Um soneto que responde ao repto que me foi lançado pelo Marne Dulinski

Maria Fernanda Reis Esteves
49 anos
natural: Setúbal
Portugal
nandaesteves@sapo.pt

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Saturday, January 30, 2010 - 19:19

Poesia :

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Nanda

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Comments

Angelo's picture

Re: Um sol de meias-luas

Vagueio sem memórias até me encontrar
Que espécie serei, mulher sem idade?
Ou poeta que vive sempre a sonhar?

Muito bonito, adorei ler este teu poema teu muito encanto e beleza neste sol de meias-luas.
Um beijinho grande
Melo

MarneDulinski's picture

Re: Um sol de meias-luas

LINDO SONETO, QUE GOSTEI MUITO!

Vagueio sem memórias até me encontrar
Que espécie serei, mulher sem idade?
Ou poeta que vive sempre a sonhar?

Visto de alvoradas e versos de amor
Em mim um sol de meias-luas
Quem sabe o meu nome não é Leonor?

Meus parabéns, e por qualquer deslize meu, peço perdão!
Marne

Gisa's picture

Re: Um sol de meias-luas

Vagueio sem memórias até me encontrar
Que espécie serei, mulher sem idade?
Ou poeta que vive sempre a sonhar?

Ai Nanda, sempre seremos...Lançadas nos sonhos e devaneios sem fim, sem certidão de nascimento, isso nos faz um pouco mágicos...Não achas? Beijos no coração

Manuelaabreu's picture

Re: Um sol de meias-luas

Nanda
Um lindo soneto cantado a um amigo:

"Na selva densa da minha solidão
Vejo-me nua, sem eira nem beira
Sou ilha deserta, mas mulher inteira
Submersa nas águas da desilusão"

...e, e ai de mim se não fosse a poesia!
Beijinho

:-)

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