Barco à Vela

Se o vento que sopra
vier de feição
teu riso rasgado
solta-se no rosto
e a vela içada
veleja por gosto
num mar de calmia,
ao bater ritmado
do meu coração

Mas a maré sobe
de raiva irada
e este barco à vela,
da vida, à deriva,
deixa-me sem rumo,
mas de ti cativa,
à mercê de ondas
revoltas de nada

Quando a tempestade
já nos céus se insurge
primeiro o clarão anuncia
o que, agora, urge
o trovão que rosna
e me deixa queda,
muda de aflição

Mas no fim das trevas,
chegada a bonança
o meu barco à vela
navega p'los mares
com rumo à esperança
e tu és a lenda
do homem que é forte
mas de mim precisa.

Maria Fernanda Reis Esteves
49 anos
natural: Setúbal

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Friday, February 12, 2010 - 23:35

Poesia :

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Nanda

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Comments

RobertoEstevesdaFonseca's picture

Re: Barco à Vela

Puxa vida, Nanda, que poesia mais linda!

És uma verdadeira poetisa!

Adorei!

Um grande beijo,
Roberto

angelalugo's picture

Re: Barco à Vela

Querida amiga Nanda

Naveguei nos teus versos e sonhei
com tão bela melodia causada por
esta maré que se pode viver no dia

Lindo

Beijinhos no coração

MarneDulinski's picture

Re: Barco à Vela

LINDÍSSIMO POEMA, COM ESTE BARCO LINDO PODEMOS FAZER UM PÉRIPLO PELOS MARES DO SUL, NAS COSTAS DO BRASIL OU MESMO DE PORTUGAL!
Meus parabéns, gostei muito,
Marne

Analuz's picture

Re: Barco à Vela

Adorei teu poema...Belo mesmo!
Destaco: "Mas no fim das trevas,
chegada a bonança
o meu barco à vela
navega p'los mares
com rumo à esperança"
Abraço!

apsferreira's picture

Re: Barco à Vela

Mas, que belo poema,
Nanda. Muito interessante.
Gostei, muito.
:-)

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