Ladaínha

Um inverno de olhos foscos
Sem interstício magnânimo
De sol repente em caos
Pelos ninhos submersos
Arquivados com martírio
Arrependidos no calvário
Por sanguínea santidade
Septicemia cravada á cruz
Frio de Cristo que te foste…
Julgado de paz eterna.
Virgem Maria violada
Os altares grelando sangue
Os padres ordenados…
Não há portas no inferno
Só um campo de papoilas
Crucifixos esfaqueados
Dez mil braços picados
Cá lá vão no poluído
Hades... rir afogado
Imunda lama purgatória
Larvas lavram minha boca
Pregos vendam salamandras
Com brasas iluminantes
Três crimes na manjedoura
Mirra o corpo casto em sémen
Com mentira na tempestade…
Título espírito santo
A palha ensopa em sangue
Um carpinteiro Minotauro
Por onde andas S.José
Corredor de sangue oculto
Pede á pobre Madalena
Pedras a atirar á cruz
Até verdade verter…
Olha em ti que o cabrão…
É sempre o ultimo a saber.