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Noites com Caína

Naquela tarde tu usavas um belo corpo,
Lembrava das penas aos cabelos
E dos ventos que assopravam a noite com a lua
Alheio ao salve seja repartido espargido

Amei Caína jogado nas gramas e debaixo da chuva,

Amei Caína como um louco,
Naquelas noites fomos ébrios por toda a vida,
Apaixonados nos verões sagrados,
Sagazes, tal qual petulantes
No torcer nu dos dedos abarcados em dorsos
De mares gregos até os pântanos

Não me sai nunca da cabeça a febre que tive
Por deixar escapulir os beijos de Caína.
Naquela hora deus cuspiu-me o rosto
E esfolou-me por inteiro
Com sua rasteira bêbada
Na costura de franzinas canelas tristes

Gostava de quando me olhava longe do casto
Para que revólveres e ramalhetes de abdomens
Sugassem das blandícias
Simples arrepios da alma

Era uma vez o assim que matei-me
Por matar-meamar-me em Caína
Com Caína.

A sorte malvada silencia o canto de meus choros
Por isso sofro feio.

Caminhávamos num sono de sexta feira,
Passavam por nós os rostos “tantos” das calçadas
E das poças d’água

O mundo caiu

Os pássaros sussurraram seu nome em suas asas de ida
Por um tempo Caína escorreu pelas minhas mãos.
Eu me esqueci
E quando acordei no espaço debruçado no universo
As letras
Eram como se escritas à mão de tão tímidas e brincalhonas
De tão tímidas e brincalhonas.

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terça-feira, abril 24, 2012 - 16:19

Poesia :

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Alcantra

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