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Um inferno (para um poeta)
Sem frio, nem calor;
sem desejos, nem pudor;
sem pena, nem papel;
sem pulso, nem fel;
sem tinta, nem sangue;
sem deserto, nem mangue;
sem ideias, nem memórias;
sem dados, nem estórias;
sem colegas, nem leitores;
sem ouvintes, nem escritores;
sem críticas, nem comentários;
sem livros, nem diários;
sem passado, nem lembranças;
sem raízes, nem andanças;
sem choros, nem sorrisos;
sem letras, nem rabiscos;
sem emoções, nem tédio;
sem árvores, nem prédios;
sem ânsia, nem expressão;
sem mente, nem coração;
sem êxtase, nem dor;
sem doce, nem amargor;
sem vida, nem morte;
sem azar, nem sorte;
ou pior:
sem tristeza, nem alegria;
sem prosa e sem poesia...
Sem inspiração...
sem desejos, nem pudor;
sem pena, nem papel;
sem pulso, nem fel;
sem tinta, nem sangue;
sem deserto, nem mangue;
sem ideias, nem memórias;
sem dados, nem estórias;
sem colegas, nem leitores;
sem ouvintes, nem escritores;
sem críticas, nem comentários;
sem livros, nem diários;
sem passado, nem lembranças;
sem raízes, nem andanças;
sem choros, nem sorrisos;
sem letras, nem rabiscos;
sem emoções, nem tédio;
sem árvores, nem prédios;
sem ânsia, nem expressão;
sem mente, nem coração;
sem êxtase, nem dor;
sem doce, nem amargor;
sem vida, nem morte;
sem azar, nem sorte;
ou pior:
sem tristeza, nem alegria;
sem prosa e sem poesia...
Sem inspiração...
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segunda-feira, maio 21, 2018 - 12:32
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Um inferno (para um poeta)
Um poeta no inferno: em plena crise de criatividade causada pela falta de inspiração deste insípido e insosso mundo contemporâneo.