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Banca e economia
Nunca senti que pertencesse a uma época ou lugar em particular. Sempre adorei História nas suas mais diversas facetas e procurei aprender o melhor possível sobre os temas que me despertavam maior interesse, com prazer e sentido crítico. Há alturas em que me sinto como uma donzela em apuros, presa nos torreões do seu castelo à espera que o seu príncipe de armadura brilhante a venha salvar, outras em que a imaginação toma conta de mim e me vejo transfigurada numa boneca: de pano, plástico ou de cristal, com olhos pregados de botões, boca feita de margaridas e cabelos de espigas de trigo. As memórias vivas e pulsantes travam batalhas colossais dentro da minha cabeça, libertando tanto calor e tensão que às vezes, receio soltar chispas e pegar fogo. Gostava de poder inventar mais o mundo, tal como os surrealistas o fizeram, em meados do século passado: Salvador Dali com o seu homem feito de gavetas, encadeado e meticulosamente arrumado na sua solidão e inferno pessoal, com o seu telefone metamorfoseado numa lagosta, encarnada e cálida, de aspecto muito comestível. Há histórias que rezam que este criador usava galinhas e banhava-as em tinta, pintando a partir daí algumas das suas obras. Crê-se que era um homem excêntrico, que tinha uma mente altamente visual, imaginativa e também geométrica: olhava para o mundo e via nele formas e invólucros que transmutou com outros componentes, criando relacções surpreendentes e inovadoras para o seu tempo. Os dias de hoje podem ser encarados como um quadro, um fresco caótico onde as pessoas se atropelam sem quaisquer princípios ou regras, onde a vontade de poder e o individualismo ocupam o lugar a tudo quanto existe, onde tal como o pensador Nicolau Maquiavel preconizou, os fins justificam os meios. Vive-se à espera, no impasse, na incerteza absoluta que venha um ser radioso, humano ou celeste que, descendo do seu cavalo branco, nos salve de toda esta confusão. Respira-se nas ruas um saudosismo dos bons costumes, da melancolia densa e da disciplina rígida, alicerçada provavelmente no conceito de fado e de sebastianismo. “O destino a Deus pertence” já diz o ditado. Contudo, a economia parece mover o mundo. Há quem defenda que a Matemática é a linguagem de Deus, princípio com o qual não concordo totalmente já que os números nunca foram o meu forte e creio ter nascido abençoada com outras qualidades. Todos os campos do conhecimento são nobres, tenham eles a ver com a Física, Letras, Cálculos ou Trabalhos Manuais, enfim qualquer ciência que sejamos capazes de aprofundar. Houve o Crash da Bolsa de Wall Street e os anos áridos e duros da Grande Depressão no princípio do século XX, a guerra do Golfo, a queda das Torres Gémeas em 2001, a guerra no Iraque, que mais nos poderá acontecer? Tanto infortúnio, reclamações, choros e destruição! Para quê aperfeiçoar máquinas e técnicas se ainda se fazem explodir casas e aniquilam pessoas, mutilando por vezes nações inteiras? Nas aulas de Introdução à Economia do meu Instituto, houve sempre um conceito que retive na memória e exerceu um certo fascínio sobre mim: o custo de oportunidade, que pressupõe sempre um certo sacrifício. Defende o seguinte: para realizarmos uma tarefa, temos de preterir outra, há que fazer uma escolha deliberada e consciente. Creio que nessas premissas encontro uma certa paz e serenidade. Há pessoas que se regem principalmente pelo critério de quantidade, preocupam-se nomeadamente por acumular riqueza nesta Terra. Eu preocupo-me com a qualidade de vida e se isso não faz de mim uma pessoa mais atraente ou bem vestida; ilumina ao menos o meu interior, dá-me bem-estar.
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