GOSTO DE MIM PORQUE TE AMO

Meu amor,
escuta estas palavras
que te escrevo neste escuro
que me enleia à solidão de não te ter.

Ouve o quanto quero que fiques a saber.

Amo-te meu amor.

Gosto de mim porque te amo.

Vejo-te no silêncio das árvores
quando a Primavera as tributa de flor.

Todos os seus rebentos são poemas loucos.

Tão loucos.

Quando digo loucos,
falo desta alegria amplificada
que me concedes sentir-te tão linda,
harmoniosa em cada verso da minha poesia.

És a origem
do sabor doce dos frutos
que alimentam o paraíso no meu coração.

Trago-te no pensamento
pelas noites e dias dos meus caminhos.

Caminhos
que ao ver-te dentro do meu peito,
são um só jardim.

Jardim
de mil feições,
e nenhuma se confronta
com a tua silhueta singela.

Jardim
de mil perfumes,
e nenhum deles me queima a alma
com tanta paixão.

Jardim
de mil cores,
onde não existem sombras depois de ti.

Tu,
que transformaste
todo o meu espaço em romance.

Sim tu,
a mulher que amo.

A todos
os lugares que vá,
ouço a tua voz num calor
que me aformoseia a pele.

Mas reparo
que apenas é o vento,
num beijar suave o horizonte
onde nos imagino de mãos dadas.

Entrelaçadas num olhar
que nos sucede sorrisos enamorados.

Onde quer que esteja,
ouço o teu nome no voar das borboletas.

Mas quando olho,
ouço apenas o Sol que vagueia
pelo Céu azul em cantigas de amor.

Cantigas desta serenata
que faço em cortesia ao teu corpo.

O teu corpo
é um luar que me faz sofrer
quando o meu corpo não o agasalha.

És fonte de utopias,
que me fazem sentir ser as margens
de um rio calmo até à foz do teu mar.

Um rio que tu enches de vida.

Um mar de amar que trazes no olhar.

Ao ver-te passear
no teu andar de fada que desejo,
tudo o que me chega aos olhos são anjos
que te trazem ao colo até às pétalas do meu solo.

Ao caminhares pelo meu solo,
trilhas melodias que acendem as candeias
do pátio da minha vida.

É tão querida a tua voz
quando dizes que me amas.

Também te amo meu amor.

Paras o tempo
quando me avassalas de beijos.

Desnudas
as montanhas da sua unissonância,
quando as vestes com o teu sim em mim.

O sim que acredito
neste eco de infinito nas minhas mãos,
fechadas em ti.