Singra o navio. Sob a agua clara

Singra o navio. Sob a agua clara
Vê-se o fundo do mar, de areia fina...
—Impeccavel figura peregrina,
A distancia sem fim que nos sepára!

Seixinhos da mais alva porcelana,
Conchinhas tenuemente côr de rosa,
Na fria transparencia luminosa
Repousam, fundos, sob a agua plana.

E a vista sonda, reconstrue, compára.
Tantos naufragios, perdições, destróços!
—Ó fulgida visão, linda mentira!

Roseas unhinhas que a maré partira...
Dentinhos que o vaivem desengastára...
Conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos...

Camilo Pessanha

Submited by

Thursday, April 9, 2009 - 22:45

Poesia Consagrada :

No votes yet

CamiloPessanha

CamiloPessanha's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 14 years 17 weeks ago
Joined: 04/09/2009
Posts:
Points: 150

Add comment

Login to post comments

other contents of CamiloPessanha

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Fotos/Profile Camilo Pessanha 0 1.088 11/23/2010 - 23:37 Portuguese
Poesia Consagrada/General Final 0 842 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Voz débil que passas 0 804 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Se andava no Jardim 0 1.069 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Singra o navio. Sob a agua clara 0 897 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Ó meu coração torna para traz 0 923 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Esvelta surge! Vem das aguas, nua 0 997 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/Sonnet Desce em folhedos tenros a collina 0 875 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/Sonnet Tatuagens complicadas do meu peito 0 1.205 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Estátua 0 650 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Caminho 0 900 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Interrogação 0 790 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Viola Chinesa 0 874 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Castelo de Óbidos 0 801 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Violoncelo 0 811 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Ao longe os barcos de flores 0 946 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Fonógrafo 0 939 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General II A Morte, no Pego-Dragão 0 722 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General E eis quanto resta do idílio acabado 0 1.128 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Inscrição 0 806 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Passou o Outono já, já torna o frio... 0 878 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Quem poluiu, quem rasgou os meus lençóis de linho 0 817 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Ao meu coração um peso de ferro 0 851 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Chorae arcadas 0 748 11/19/2010 - 15:49 Portuguese
Poesia Consagrada/General Canção da Partida 0 897 11/19/2010 - 15:49 Portuguese