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O espelho

As chaves estão tão distantes!
E eu tranquei minhas portas!
E os quadros em minhas estantes
suportam imagens já mortas.

Memórias amarram-se em cordas.
Lembranças do que já foi antes
caminham por vias bem tortas
tentando viver, incessantes.

Meu sangue, de mim, está diante
e quando circula, me corta
ligando-me como um errante,
ardendo-me toda a aorta.

Diante da antiga discórdia,
nos traços dos raios falantes,
neurônios, na mente disforme,
consomem fagulhas vibrantes.

A mente é, então, as estantes
e as chaves, que estavam distantes
nos abrem lembranças do antes;
memórias se tornam falantes.

E quando eu abrir minhas portas
e as vias já não forem tortas,
ressuscitar-se-ão as mortas
e, então, livrar-me-ei das cordas.

[size=xx-small][font=Courier]Vejam também os meus outros textos, comentem, ficarei feliz em receber comentários.[/font][/size]

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sexta-feira, maio 28, 2010 - 19:57

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MaynardoAlves

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O espelho

Reflexões sobre os arrependimentos do passado que nos torturam no presente, mas que podem nos ensinar sobre o futuro.

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