CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Soldado da Coluna Prestes
Para Luis Carlos Pinheiro Machado, um mestre!
Fui soldado ao cavalo da Esperança.
Trancado nos dentes, arrebentado e ferido
Lembro ainda de um homem santo,
Milagres em acres mal conhecidos
Comandando na veia dos braços, aos farrapos e desnudo...
Exaurido, consumido, constirpado!
No sertão Canudo herda o cajado da liderança...
Sertanejo andaluz, cabano ginete... Ainda sem barba
Fui eu seu soldado trazendo as marcas sem cicatrizes
Abertas pra sempre, como uma cratera. Veja!
Emboscadas militares tombam ao nó górdio da inteligencia
E o sabre sadio bebendo aguardente... Na sagacidade de um profeta!
Toque a ferida! Rasgue de novo meu peito no bacamarte
Tenho-as guardadas... como medalhas
Enraivecido tenho orgulhoso, meus calos do membro aleijado...
Que importa a corcunda!
Fui eu soldado da Coluna andarilha,
Desfigurado e roto em pelotão caminhava...
O povo aspergido ao continente, vibravam ao som do trote de nossos passos
O berro das chamas me hipnotizam...
Somavam-se à tropa em transe... mais um grosso caldo...
Em eco mais retalhado num instinto de justiça!
Mais um sisal na trança... ferve-se a praga... mais uma corda se alarga!
Escreve um cordel, amansa um quintal
Primavera rebrota em nosso jardim...
A chuva nos brinda... gotejos de sangue, de água e balas em mim...
De lama, de estrada, rios sem pontes... levitam em mágica
Eu fui um soldado... sigo as ordens ainda de meu general
semear os sonhos com disciplina...
Eu fui um soldado... militar, é certo! Na noite das grandes fogueiras dancei!
Eu fui um soldado... deitei na Bolívia estradas de ferro inglesas e sinuosas...
Meu engenheiro, meu pai... Sigo adiante sem os diamantes...
Carrego ainda as dinamites... pavios bem curtos, navios distantes
Um tal de Pinheiro segue seus passos...
Um tal de Machado lhe segue aliado...
Sou jovem marujo...
Recordo das flores no pasto!
Nas mãos de um velho soldado, toco o passado...
Agarrado à guerrilhas, tocamos Zapata...
No passo das marchas, o general se levanta...
Outro exército se ergue... Eterna onda que nos persegue...
Soldado sanguinário no espelho
mira o olhar jubilado...
Segue em meu peito entrincheirada a faísca pulsante...
Sigo no estábulo, com Rocinante...
Um rinoceronte cavalga meu peito...
Conheci um velho carabineiro
da Coluna Mágica
Beijei seus olhos... limpei-lhe a fronte!
Semeio em meu pátio seus ensinamentos...
Seremos soldados, serenos e dignamente!
A Coluna Prestes foi um movimento militar com adesão de populares revoltosos, liderado por Luis Carlos Prestes na década de 20. Em 2,5 anos de marchas, percorreu mais de 25.000 km pelo interior do Brasil, lutando contra as tropas oficiais e afugentando o próprio cangaceiro Lampião de seu caminho, na ocasião o governo deu um titulo de comandante do exército brasileiro, para que este derrotasse a Coluna. Lampião sabiamente, pegou todas as armas que podia, e não enfrentou Prestes, considerando que este não era seu inimigo e nem tinha forças suficientes para gastar.
Outros fatos curiosos: Muitos soldados da Coluna, combatiam nus, porque andavam em estado de miséria absoluta..
O povo das localidades por onde a coluna passava doava alimentos, roupas, armas, e os consideravam santos e milagrosos.
Diz-se que Prestes tinha poderes santos, passavam por rios sem pontes, levitando...
Quando a Coluna precisava de carne, pediam um boi aos agricultores e assinavam uma nota promissoria a ser ressarcida depois que conquistassem o poder, até hoje agricultores guardam essas notas...
Enfim, eram os tempos das grandes fogueiras...
Luis Carlos Prestes saiu conhecido do conflito como o “CAVALEIRO DA ESPERANÇA”
Pinheiro Machado é um mestre da vida, comunista e maestro, na acepção completa da palavra!
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1114 leituras
Add comment
other contents of marcelocampello
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Meditação | A história da cabeça que fugiu dos pés! | 4 | 1.693 | 06/10/2012 - 21:03 | Português | |
Poesia/Meditação | The story of a head that ran from its feet | 0 | 2.218 | 06/10/2012 - 11:07 | inglês | |
Poesia/Geral | Dr. Jekyll: Pb > Au | 0 | 1.839 | 12/12/2011 - 10:26 | Português | |
Poesia/Geral | Cavaleiro de Copas | 0 | 1.901 | 12/09/2011 - 18:40 | Português | |
Poesia/Intervenção | BELO MONTE | 0 | 1.578 | 12/09/2011 - 18:03 | Português | |
Poesia/Geral | Gilliat e Deruchete | 1 | 2.750 | 12/01/2011 - 17:42 | Português | |
Poesia/Geral | Pessoas são como países (reeditado) | 0 | 1.663 | 10/25/2011 - 13:47 | Português | |
Poesia/Geral | PESSOAS SAO COMO PAISES | 0 | 1.605 | 10/25/2011 - 13:41 | Português | |
Poesia/Geral | ENTROPIA MONETÁRIA | 0 | 1.809 | 10/07/2011 - 14:50 | Português | |
Poesia/Geral | MORO NESSA CASA VAZIA | 0 | 1.784 | 10/07/2011 - 14:46 | Português | |
Poesia/Fantasia | Amores e Mamutes | 4 | 1.708 | 04/30/2011 - 15:59 | Português | |
Poesia/Amizade | Jocasta, Amelie Poulain e Lili Carabina | 2 | 2.383 | 04/28/2011 - 19:40 | Português | |
Poesia/Geral | A MENINA NA CAVERNA | 0 | 2.078 | 04/27/2011 - 14:16 | Português | |
Poesia/Geral | O Eco, a Sombra e as Estrelas | 1 | 2.232 | 04/27/2011 - 02:48 | Português | |
Poesia/Geral | FANTASIA MIGRANTE | 3 | 1.840 | 04/19/2011 - 18:00 | Português | |
Poesia/Geral | Canção em Espiral | 1 | 1.553 | 04/16/2011 - 03:08 | Português | |
Poesia/Geral | Tropa serena | 0 | 2.336 | 04/16/2011 - 00:52 | Português | |
Poesia/Geral | Desculpai-me insetos! | 2 | 2.401 | 04/13/2011 - 21:52 | Português | |
Poesia/Geral | Algum abandono previsível! | 3 | 2.015 | 04/12/2011 - 13:02 | Português | |
Poesia/Geral | Mom made a doll | 0 | 1.824 | 04/09/2011 - 22:18 | inglês | |
Poesia/Geral | Jocasta, Amelie Poulain e Lili Carabina | 0 | 2.487 | 04/09/2011 - 15:18 | inglês | |
Poesia/Geral | The poem's not love | 0 | 1.901 | 04/09/2011 - 15:17 | inglês | |
Poesia/Geral | Adrift | 0 | 2.246 | 04/09/2011 - 15:16 | inglês | |
Poesia/Geral | Encerrai a cavalgada! | 2 | 1.646 | 04/09/2011 - 10:51 | Português | |
Poesia/Geral | Passou o tempo querida! | 6 | 1.778 | 04/05/2011 - 11:33 | Português |
Comentários
Soldado da Coluna Prestes
Lindo e histórico texto!
Meus parabéns,
MarneDulinski
Obrigado Marne
Obrigado pelas palavras, vejo que vc esta sempre atento aos poemas publicados sendo sempre gentil e atencioso nos comentarios!
Fico mesmo feliz com o respeito que tens pelas palavras... Fique a vontade para corrigir sempre que achar necessário! Preciso mesmo evoluir muito!
Abraços fraternos grande irmão de palavras!