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Não me peçam gentileza! Vou dar murros!

Vou a guerra camaradas! Não à praça!
Batalhar por meus direitos e justiça!
Não me impeçam! Que delírio!
Assim sei que me diriam... que impropério!
A criança que me espera no barraco
Sente fome e desejos e não duvida
Que um dia o império se despeça!

Vou a guerra camaradas! Não me julguem
Estar louco! Não maltratem com descrenças
A esperança... Quero um jarro d'água
Para acalmar a sede
de vingança, antes que seja tarde.
Não é nada comparado a decalitros
De suor que derramo na fornalha
de meu rosto todo dia, como rio
a correr para os esgotos

Vou a guerra meus queridos companheiros...
Não me peçam gentileza! Vou dar murros
Com vontade e sem destreza, vou rebelde
Arrebentar a jugular do general
Que devora minha carne. Sou selvagem!
Eu entalho uma bandeira no granito, sou gitano!
Digo mais! Que a greve já é coisa do passado!
De tão grave que se encontram os sindicatos
Como mortos, secretários, cemitérios!

Da greve fiz a guerra
De pedra fiz o poema!

A moeda é como flor
que desaba na calçada
Troco as fraldas da criança
São as regras garimpeiro
De esmeraldas no bueiro.

E o general... se afoga em nossa hemácia
Que delírio, vê-lo assim, deselegante!
Despenteado!
.
.
.
Passa o tanque e os soldados enlatados...
Mas... Humpf... a guerra me parece solitária...
E a vontade dos colegas me parece tão domada!
Já não são mais camaradas... São sisudos!
Adormecem entorpecidos pelas drogas... Que absurdo!
Violentam as esposas e despistam a tristeza com o jogo!
Depositam seus desejos nos domingos!

Vou pra cama meus amigos...
E passa o general com mais medalhas tinindo
no peito...
Em meu ombro, toda a culpa de ser fraco,
E dormir a cada dia mais insosso!

Choramingo de revolta, tremo inteiro...
A gangrena comungando sua derrota!
Chega o dia general!
Como eu vi os faraós se agitarem
Quando o povo ergueu bem alto
as bandeiras lá no Egito!

Vou dormir vasculhando a história
Maquinar mais um esquema junto às massas
Vou bordar outra estrela no uniforme
E passear pelos escombros da hecatombe!
Vou deitar mordendo os dentes nos entulhos,
e no partido, organizar outra investida ao território!

E o realejo vai soar tão excitado
Que os poemas vão brotar no azulejo

Chega o dia general!
Chega o dia!
Ah! Eu sei que chega!
Como eu vi se agitarem no Egito!

 

www.outubrurubro.blogspot.com

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domingo, março 13, 2011 - 17:35

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marcelocampello

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