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Notícia (Ode a Foz do Iguaçu)

Cidade quedas
Luzes amarelas
Autopistas

Fragor do estilhaço
A mulher se esconde
Por detrás dos óculos
Sangue, morte

Crianças brincando
Na escuridão
Do verão

O corpo cai
Aberração de crianças
Deuses de mármore
Multidão alvoroçada

Olhos nas quinas
Esquinas vazias
Pessoas correndo.
Suas lindas pernas
Deram a esperança
De sair pela fronteira.

Espectro de carros
Perscrutação
Sibilo de ordem
Sendas
Medo
Correria

Crianças apossam-se
Do espólio.

O assassino vai
A caminho da sabedoria
Sem crença
Só matança.
Sua mãe apodrecendo
No caixão
Seu único álibi.

Existem outras cenas
“Pessoas que nascem
Confinadas
Aos confins da noite”.
Chega aurora
Rezam
A luz cai
O demônio recai

A ventania vem
Em nossa direção
Trazendo a chuva de verão
Suba no caminhão!
Deixaremos para trás a solidão
O caos, a desilusão.

Sinto que...
Não existo
Pessoas com caras novas
Regozijantes
Benevolentes.

Experimente o novo jogo
Vamos rumo ao passado
Carro! Guie-nos para o outro lado
Rumo ao Marrocos
“Fique louco”

Aurora vem
Desgosto
Portas abertas
Luzes nas janelas
Armas nas mãos dela
Notícias de morte
Da assassina ou donzela.

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terça-feira, dezembro 15, 2009 - 20:03

Ministério da Poesia :

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Alcantra

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