Caro insano tonto monstro

E por que olhas para mim deste jeito?
Enciumada alma atirada ao prego nos braços do escuro quarto
Alicerçado por uma vela e pelos braços abertos ao mirror cross.

Corres lenço por sobre face.
Queres comprar minha alma?

Sarcástica, castigas com dizeres furtados um sonho inoxidável
Revelada pela partida naquele mesmo medo de caminhar
E de estar a fadar.
Névoas doces singram o espelho in my soul
Sangras a ferida mais uma vez,
Uma vez mais.
Tu poderias ter-lhe em mil pedaços,
O nariz o cabelo destruído.
Serias cacos esparramados pelo céu do quarto.
Pediste sorte na má aventurada desgraça

Senda estreita do lado esquerdo coração
Foges de ti e cumpre a espreitar-te
Sem aceno, sem sombra de dentro da retina escura

Altamente daninho tornaste
Atormentado, resumiste num todo envergado ao chão
E nem por isso rompeste contigo as lânguidas coxas que rabiscam um pênis
Magro com rosto fino e nariz adunco
Excomungas algum silêncio deitado aos ouvidos
És para ti o que és para com sua única luz

Rápido!
Vai, tentes se levantar
Forças-te!...

Existe força aos seus olhos.
Agora serás outro do outro lado que separa a imagem
Pensavas que eras assim?
Um inútil um egoísta?
Nenhuma boca vem te beijar
Nenhum amor te ama
Nem na palavra nem na cama
Poderias chorar se pudesses,
Mas lágrimas não dizem nada.

Um cheiro posto ao fogo sentiste
Tênue chama mais calma que ti
Tão serena numa contrariedade imensa de fina alma que sofre
Luta mata alucina enlouquece quebra ataca sente mal sente ciúmes

Lembras dos sons de seus ombros?
Do olhar de sua pele
Do perfume do seu vidro
Da vida do seu reflexo
O olho olha o olhar do âmago
Tais costas são janelas

Tu poderias sim e sabes muito bem de pular do térreo até cair no último andar

Uma expressão inimaginável
Nascida no teto a feto
Escorraçado por uma amarela luz
Dada á luz ao vulto
Que te sonhas,
Do outro lado do transparente
Neste lado tão transparente
Inquietantemente
Corres como língua atropelando a fala
Que nem fala,
Mas imagina
Que nem grita,
Mas que doem ouvidos
Que nem chora,
Mas que caem lágrimas salgadas
Que nem sorri,
Mas que empenam lábios
Que nem pensa,
Mas que existe
Que nem vive,
Mas que morre
Adeus!
Apaga-se e se esvai e se esvai
Em busca de algum louva-a-deus,
Não! Vais sem louvar deus
Apunhala-te e deixa-te louvar a ti mesmo
Meu caro insano tonto monstro.

Submited by

Martes, Diciembre 15, 2009 - 19:09

Ministério da Poesia :

Sin votos aún

Alcantra

Imagen de Alcantra
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 9 años 45 semanas
Integró: 04/14/2009
Posts:
Points: 1563

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Alcantra

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Amor Soma de poemas 5 2.543 02/27/2018 - 11:09 Portuguese
Poesia/General Abismo em seu libré 0 2.851 12/03/2012 - 23:35 Portuguese
Poesia/General Condado vermelho 0 3.371 11/30/2012 - 21:57 Portuguese
Poesia/General Ois nos beijos 1 2.466 11/23/2012 - 10:08 Portuguese
Poesia/General Dores ao relento 0 2.644 11/13/2012 - 20:05 Portuguese
Poesia/General Memórias do norte 1 1.872 11/10/2012 - 18:03 Portuguese
Poesia/General De vez tez cromo que espeta 0 2.825 11/05/2012 - 14:01 Portuguese
Poesia/General Cacos de teus átomos 0 2.328 10/29/2012 - 09:47 Portuguese
Poesia/General Corcovas nas ruas 0 2.721 10/22/2012 - 10:58 Portuguese
Poesia/General Mademouselle 0 2.042 10/08/2012 - 14:56 Portuguese
Poesia/General Semblantes do ontem 0 2.083 10/04/2012 - 01:29 Portuguese
Poesia/General Extravio de si 0 2.720 09/25/2012 - 15:10 Portuguese
Poesia/General Soprosos Mitos 0 3.300 09/17/2012 - 21:54 Portuguese
Poesia/General La boheme 0 3.081 09/10/2012 - 14:51 Portuguese
Poesia/General Mar da virgindade 2 2.163 08/27/2012 - 15:26 Portuguese
Poesia/General Gatos-de-algália 0 3.026 07/30/2012 - 15:16 Portuguese
Poesia/General Vidas de vidro num sutil beijo sem lábios 2 2.319 07/23/2012 - 00:48 Portuguese
Poesia/General Vales do céu 0 2.278 07/10/2012 - 10:48 Portuguese
Poesia/General Ana acorda 1 2.548 06/28/2012 - 16:05 Portuguese
Poesia/General Prato das tardes de Bordô 0 2.376 06/19/2012 - 16:00 Portuguese
Poesia/General Um sonho que se despe pela noite 0 2.392 06/11/2012 - 13:11 Portuguese
Poesia/General Ave César! 0 2.953 05/29/2012 - 17:54 Portuguese
Poesia/General Rodapés de Basiléia 1 2.379 05/24/2012 - 02:29 Portuguese
Poesia/General As luzes falsas da noite 0 2.783 05/14/2012 - 01:08 Portuguese
Poesia/General Noites com Caína 0 2.166 04/24/2012 - 15:19 Portuguese