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Montículo

Está tudo morto, tão solto livre louco morto
Gestos alados jogados ao cão sem face nau
Caos nervoso atômico novo.

Salina de piche escorrida pelos lábios asfálticos
Pedras prediais brotadas pela semente vida
Cutículas sangradas nas ruas sarjetas...
De dedos, avenidas e ruas.

Cidade labiríntica com muros humanos
E arbustos de concreto.

Estamos perdidos aqui e ali
Sem saber aonde chegar
Doidos por uma luz,
Por uma saída.
Aprendemos que temos que percorrer
Vários caminhos
Para encontrar um sinal.

Milhões de páginas abertas pelas mãos do tudo
Lidas pelos olhos da sorte
Interpretadas pela mente do confuso.

Não sabemos se estamos realmente vivos,
Ou sonhando, ou se somos um jogo.

Somos diversão do invisível!

Por de trás da grande tela
Há uma criança brincando com nossos destinos
Que sente prazer e vício por tentar
Uma nova artimanha
Cada vez que um outro jogador a desafia.

O sofrimento é um arco voltaico
Extinto pelo sopro da novidade.

Paredes que falam à noite
Corredores que andam na madrugada
(Portas fazem sexo & gemem prazeres de uva)
Sêmens escorrem pelos vasos vaginais
Trincos: prisão do curioso
Sussurros voam pelo ar
Ouvidos guerreiam com a nitidez
-Rola o filme do rolo da imaginação-

O homem foi gerado por um choque elétrico.
Tememos nossa própria resistência,
Seguimos em nossa amperagem corrente.

Existe perigo no querer e no pensar.
E o que ainda é bom ou mal?
Qual dúvida ainda é alimentada?
Eu grito sim,
E tento te avisar sobre a armadilha
Que estamos armando
Para que tragicamente
Possamos caçar a nós mesmos.

Não explique o que está explicado
Tente “desexplicar” tudo,
E assim estará explicado.
Ligo a TV e o rádio juntos
Escuto vejo sem escutar ver.

Embaixo da cama do espaço
Esconde a Terra
Com medo
Estando ela viajando no uso de drogas.

Somos felizes por algum tempo...
Mas cuspimos no presente
E somos obrigados a amar o futuro
Que nos enche de fantasias absurdas.

Na geladeira encontra-se meu pai congelado
Abaixo de zero grau do agora sou.
Não quero descongelá-lo,
Não quero ser o que fui.

A amizade afogou-se e nem lutei para salvá-la.
Amei minha vida com medo de morrer junto.
Amei tanto minha vida com um completo
Desamor pelo amor.

Não é por amar que sinto amor,
É por não acreditar nesta palavra
E apenas digo que amo
Amo sem amar
Como quem mata e chora de arrependimento,
Mas não me arrependo me arrependendo.

--------------------

Placas sinalizam o destino
Estamos na estrada mal emplacada
De desejos e emoções

Tudo é medo transformado em enxurrada
Alagando vontades
& Coragens

Ainda há no que se pensar,
Mesmo se estivéssemos em coma...
E estamos,
Tal é que o somos
Somos o total esquecimento
Inertes na calma
Imersos no total nada.

Sob o sol a vida torna-se dourada
Tão extirpada!
Corremos atrás do inalcançável.

Você tem a todos
Todos têm a todos.

Eu quero ser um
Um repleto de um...
Que me rouba, que me mata, me levanta,
Me odeia, me cria, me inspira, me desenha.

Firmo minhas botas na bandeira
De terras águas mares ares
De meu país.
Chuto os germes da ganância,
Aqueles que correm numa gula total
De poder...
O poder que esmorece quando apanham.

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sábado, janeiro 9, 2010 - 21:50

Poesia :

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Alcantra

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Título: Membro
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Comentários

imagem de cecilia

Re: Montículo

Alcantra,

Quem mais poderia assim ser, tão confuso tudo quer e nada sacia, tudo entende e nada compreende. Nossa raça vive neste emaranhado por nós contruidos, muros erguidos no meio desta paisagem, nada mais conhecemos esquecemos que fomos de onde vimos. Tememos que nosso espelho passado reflita o futuro mas mesmo assim vivemos o presente sem nada fazer. O que é o amor se o vivemos sem saber seu real sentimento, dividimos nossa vida por anos e não conhecemos que esta ao nosso lado.
Assim somos e sempre seremos.

Bela meditação sobre o pensamento humano.
Abraço,
Cecilia Iacona

imagem de RobertoEstevesdaFonseca

Re: Montículo

Ótimo poema.

Parabéns,
um abraço,
REF

imagem de MarneDulinski

Re: Montículo

LIDO, GOSTEI, MAS MINHA MENTE, FICOU COM UM MONTÍCULO DE DÚVIDAS, VOLTAREI PARA VER OUTROS COMENTÁRIOS!
Marne

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