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Só, sem chance
No transparente canto do prato caroços de azeitonas enamoram-se e num despejar de chuva com trovões gritando ao longe nas piscadelas das nuvens matreiras, há uma Andrômeda furiosa gesticulando raiva. O pai do moço ainda seco e enrugado blasfemou tonto torto turvo pior que os estouros das flatulentas descargas atmosféricas... Não criem o caos que sou causo de tudo que ainda chuta e soca o que cospes co... O rio veio o osso caiu a barba molhou, duro ali ficou com a frase quase por completa, com o pensamento já feito. Mas na traição da Atena o pobre mais que engatinhou, aterrissando nos braços da rua que sem sentimento de dó não cuida.
Seco são os sangues com veias e silenciosos são os corações que não palpitam. O asfalto feito de sepultura consumiu a figura levando-o ao cume de suas lamentações.
Caroços não são como defuntos, defuntos assustam, azeitona que dá cria aos caroços e em suas mortes não põe medo algum.
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Comentários
Re: Só, sem chance
Que o asfalto do tempo não traga lamentações...
E caroços de azeitona germinem sob forma de vida, espantando defuntos...
Abraço.
Vitor.
Re: Só, sem chance
Caroços não são como defuntos, defuntos assustam, azeitona que dá cria aos caroços e em suas mortes não põe medo algum.
Olá Adriano,
Um texto para pensar, e repensar a vida que está por detrás das sombras que criamos, indo de encontro á vida.
Gostai da analogia que criou através das oliveiras e por sua vez a azeitonas, sagrando a vida
beijo
Matilde D'Ônix
Re: Só, sem chance
Como sentir o inanimado amor no meio do caos...
Que laços ebrios cospem caroços de vida indiferente, marcando o dorso e o espirito de pedaços de vida invisivel...
Grande em tudo!!!
Avante com os braços que a tinta lhe escorre como sangue e como vida!!!
Abraço!