Pai de tempos idos
Pai, poema, poesia!
Recordo-te com a nostalgia
de tempos idos,
de medieval encanto,
em castelos de areia
feitos apenas de fantasia…
Sentia-me protegida
com o teu olhar de afago,
tantas vezes dilatado
do líquido avermelhado
que, inimigo, te seduzia…
Olhava-te e calava
a raiva ardendo no peito,
fogo que ateava
com palavras mordazes
produzindo contrário efeito…
Não eras tu,
ser de natural doação
na ajuda ao alheio.
Despojado de teres e haveres,
delapidavas teu nobre coração,
seduzindo a roda de amigos,
rostos abertos em sorrisos.
Vidas pobres em espírito…
A feira não era de vaidades…
Conversas eivadas de vacuidades,
subiam rápido em delírio…
Havia bocas a sustentar,
um futuro a preparar,
família para amar
e longo caminho a desbravar…
Pai de tempos idos
Ausentes mas não esquecidos!
OF 19-03-12
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 3241 reads
Add comment
other contents of Odete Ferreira
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Sadness | Entardecer com sabor a despedida | 1 | 3.905 | 03/15/2018 - 13:59 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | Música | 1 | 3.335 | 03/15/2018 - 13:58 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | Apenas mais um dia | 1 | 4.720 | 03/15/2018 - 13:57 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Se a vida fosse sempre assim | 1 | 4.629 | 03/15/2018 - 13:56 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Fantasy | Seres incompletos | 3 | 6.808 | 03/15/2018 - 13:56 | Portuguese | |
Prosas/Others | No sopé da montanha | 1 | 3.571 | 03/08/2018 - 19:01 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Tempo(s) | 1 | 4.143 | 03/08/2018 - 18:43 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | Surrealidades | 1 | 4.722 | 03/08/2018 - 18:42 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | Emocão | 5 | 5.662 | 03/08/2018 - 16:48 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Mulher-Dor | 3 | 4.145 | 03/08/2018 - 16:14 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | E a festa veste-se em cada madrugada | 3 | 4.562 | 02/27/2018 - 11:43 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | À míngua | 0 | 5.163 | 12/30/2015 - 22:36 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Não invoquem o meu nome em vão | 0 | 4.620 | 11/25/2015 - 02:18 | Portuguese | |
Prosas/Others | Da alma | 0 | 3.436 | 09/01/2015 - 19:58 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | Surreal XXVIII | 0 | 4.080 | 09/01/2015 - 19:29 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Da destemperança | 0 | 5.504 | 08/26/2015 - 01:35 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | E no entre-Tanto faço caminho | 0 | 4.147 | 07/02/2015 - 23:55 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | E continuamos pequeninos! | 0 | 4.837 | 06/02/2015 - 20:15 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Nem te renego nem me nego | 0 | 4.782 | 04/25/2015 - 02:08 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Laudatória | 0 | 3.546 | 03/24/2015 - 19:03 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | És...Mulher | 0 | 4.004 | 03/08/2015 - 18:53 | Portuguese | |
Poesia/Love | Vida(s) | 0 | 3.452 | 02/14/2015 - 18:07 | Portuguese | |
Poesia/Love | Moras nos meus sonhos | 0 | 4.443 | 02/13/2015 - 16:30 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Olhares | 0 | 4.587 | 01/22/2015 - 01:58 | Portuguese | |
Prosas/Others | Do exato momento da VIragem | 0 | 4.757 | 12/30/2014 - 14:27 | Portuguese |
Comments
Minha, querida, amiga, Odete,
Minha, querida, amiga, Odete,
belo poema, dedicado a quem foi tua ancora, teu porto, aconchego nas horas mais tardias.
Gostei de como terminas tua poesia: "Pai de tempos idos
Ausentes mas não esquecidos!... Nunca se nos esquece, quem em vida foi tudo para nós.
Hoje lembrança, no colo de teus braços, morando juntinho a teu coração. Lindo demais, querida!
Beijinhos mil.
Jorge Humberto.
P/Jorge Humberto (Pai de tempos idos)
Amigo Jorge Humberto: sim, concordo com o teu carinhoso comentário. São tempos idos mas não esquecidos...
Tenho consciência que (ainda) tenho boa memória e esta é a principoal característica da nossa identidade. Daí que haja o lado que me é mais querido e um outro ao
qual era alheia, mas nada podia fazer...
Grata pela tua generosa apreciação.
Bjo
Olá minha amiga Odete, O
Olá minha amiga Odete,
O passado mutas vezes toma o lugar do nosso presente, creio que isso aconteça pelas marcas fundas deixadas em nossas almas.
Ainda hoje tento esquecer meu passado que só me atormenta, é como se tudo aquilo tivesse acontecido ontem. Paro, respiro e digo:
"Passou, Charlles. Se acalme, isso foi a muito tempo..." Nossa mente não tem noção de tempo, se não assumimos as rédeas dela, surtamos e perdemos o controle de nós mesmos!
Adorei cada linha desse poema, minha nobre amiga Odete...
Um beijo do Bobby ;)
P/bobbysouza (Pai de tempos idos)
Amigo bobbysouza: escrevi este poema para participar num desafio de escrita, apesar de não ser nada o meu estilo escrever sobre "demanda"...
Entendo que o passado não posso ser "dourado" só para ser politicamente correto e todas as marcas "nos fizeram como somos": as genéticas, as circunstâncias, o
meio, etc (há tantas teorias...).
Alma sensível, acredito que tenhas "bebido" cada palavra, sobretudo, entendeste o poema.
Bjo
Pai de tempos idos
Ausentes mas não esquecidos....
Os teres e os haveres sem efeito em tão nobre sentir,
Fazer que abandona a fantasia para ser real....
Belo poema amiga Odete...
Beijinho
:-)
Para Henrique (Pai de tempos idos)
Querido amigo Henrique: pai aporta um significado enorme mas isso não significa que não seja um ser humano, sujeito a circunstâncias várias...
Nem tudo é idílico...Posso fantasiar, se me apetecer, mas não gosto de pintar com cores aquilo que me é mais incolor....
Grata...Bjo