O crepúsculo da dialéctica

Pimpinela, prim cristalina enfim
Amarela veio purpurina ao mundo
Constanela, estrelinha alegrete
Cassiopa lunar que me aterra no ar
Serpentina o olhar lufa, lufa felicidade
Mar e música veredas lindas
Que o sol dinda dinda Ohhhhhh…
Abraços, beijos, lacinhos de festa
Roxos fofinhos lençóis limpinhos
Seda, algodão coração coração coração…
Ih, ih, ih, ah, ah, ah, carrosel atomosférico
Azul, verde, losangos, esférico,
Bicicleta, teleférico, bomboca, motor,
Distrineia rotor, planar, planar…
Pirilampo agridoce, gomas, gelly’s, mousse…
Miminho, bebé, beijinho, choné...gugu
Hidralinha artificia, noite, champanhe
Espuma, é Janeiro…bip, bip, bip…

Ocorre-me, por quando não sei o que escrever, pensar palavras prensadas no calco refundo que remanesce no vácuo do miolo atrofiado de coerência mental.
Criação, como dúvida escrita no remanso do mundo que se fez em catarse do universo a estoirar as ideias novas da terra.
Para uns cientifico, para outros afagos sagrados que bíblia em verbo palavras de deus.
Questões, duvidas, o planeta a acontecer, e a ideia parada com palavras que não existem com gramáticas promíscuas, e tento, tento, tento, mas nada.
O que sai é chiqueiro acumulado na mente que mente á vontade, á inspiração, á lógica…
Dane-se…o que quero é escrever, encher, palpitar e...
Estanco um segundo, depois o frenesim, ofego, arquejo e corro de caneta na mão, em guardanapos, papel higiénico, pratas de tabaco, deliro, com cinza a saltar na secretária, beatas, pílulas, sedativos, o tremor, o sismo dos vocábulos a atropelar as ideias, á velocidade que faz a luz parar, os dedos trovejam e a escrita é um cataclismo de insónia que jorra como lava pela madrugada, a sedimentar folhas em estátua no cesto do lixo…e do desespero.
Entorno cafés, emborco, malte, vinho, veneno, o que quero é escrever chicotear o papel, violá-lo, inverter o método, a razão, encher-me de raiva, de letras e lírios, num jardim regado com pontos finais, vírgulas breves, reticências eternas, que almejo na tinta renascer para mim.

Por tanto e por isto…

Espuma, é Janeiro…bip, bip, bip…
Hidralinha artificia, noite, champanhe
Miminho, bebé, beijinho, choné...gugu
Pirilampo agridoce, gomas, gelly’s, mousse…
Distrineia rotor, planar, planar…
Bicicleta, teleférico, bomboca, motor,
Azul, verde, losangos, esférico,
Ih, ih, ih, ah, ah, ah, carrosel atomosférico
Roxos fofinhos lençóis limpinhos
Abraços, beijos, lacinhos de festa
Que o sol dinda dinda Ohhhhhh…
Mar e música veredas lindas
Serpentina o olhar lufa, lufa felicidade
Cassiopa lunar que me aterra no ar
Constanela, estrelinha alegrete
Amarela veio purpurina ao mundo
Pimpinela, prim cristalina enfim…escrita!

Submited by

Friday, February 5, 2010 - 02:16

Poesia :

No votes yet

Lapis-Lazuli

Lapis-Lazuli's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 10 years 15 weeks ago
Joined: 01/12/2010
Posts:
Points: 1178

Comments

Alcantra's picture

Re: O crepúsculo da dialéctica

No meio do artista a arte, no meio do poema o poeta e assim vai, louco no mundo da escrita. Forte o pensamento primeiro que não pode escapulir na busca dum papel ou caneta. Como diria Nietzsche

"É preciso muito caos e frenesi dentro de si, para dar á luz a uma estrela dançante"

Abraços,

Alcantra

psicolito's picture

Re: O crepúsculo da dialéctica

Duro, quase impenetrável, mas repleto de mensagem...
Perfeito, como sempre.

Add comment

Login to post comments

other contents of Lapis-Lazuli

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Aphorism Adeus 6 678 03/04/2010 - 14:01 Portuguese
Poesia/Love Mesmo que o amor morrer 7 642 03/03/2010 - 12:19 Portuguese
Poesia/Intervention Prémio Nobel 4 518 02/28/2010 - 21:55 Portuguese
Poesia/Meditation Por todas as manhãs nascidas 2 535 02/28/2010 - 03:16 Portuguese
Poesia/Meditation Rosa de Istambul 2 799 02/27/2010 - 04:22 Portuguese
Poesia/Dedicated Até cair 2 576 02/25/2010 - 03:18 Portuguese
Poesia/Intervention Cravado de fogo 2 867 02/25/2010 - 03:15 Portuguese
Poesia/Aphorism Afinidades 3 743 02/23/2010 - 21:43 Portuguese
Poesia/General Tens um granda par de mamas 6 1.242 02/23/2010 - 20:39 Portuguese
Poesia/Aphorism O principio do esquecimento 2 691 02/23/2010 - 14:32 Portuguese
Poesia/Intervention Para no fim desembocar num sopro 3 700 02/21/2010 - 19:04 Portuguese
Poesia/Intervention Partitura perpétua 1 481 02/21/2010 - 02:36 Portuguese
Poesia/Love O outro lado do mundo 2 816 02/18/2010 - 02:52 Portuguese
Poesia/Aphorism Sombras chinesas 2 1.006 02/17/2010 - 20:03 Portuguese
Poesia/Intervention "Memória das minhas putas tristes" 3 1.170 02/15/2010 - 12:23 Portuguese
Poesia/General De crua voz 5 672 02/15/2010 - 03:15 Portuguese
Poesia/Dedicated Aquele abraço 4 1.318 02/14/2010 - 01:51 Portuguese
Poesia/Dedicated Das tuas lágrimas me fiz rio 4 484 02/12/2010 - 22:57 Portuguese
Poesia/Aphorism O cancro que tinha um homem 3 903 02/12/2010 - 04:34 Portuguese
Poesia/Intervention Amor assassino 3 714 02/12/2010 - 01:07 Portuguese
Poesia/Passion Missa de corpo presente 2 941 02/11/2010 - 03:45 Portuguese
Poesia/Dedicated Vagas moribundas 3 745 02/09/2010 - 18:32 Portuguese
Poesia/Love Independência 1 483 02/08/2010 - 03:07 Portuguese
Poesia/General Corrente alterna 3 743 02/08/2010 - 00:30 Portuguese
Poesia/Love Se voltares 4 579 02/07/2010 - 19:18 Portuguese