Pesadelo número três
PESADELO NÚMERO TRÊS
Os tempos de frio e chuva impõem-se há meses,
Entrando por um abril de persistentes desencantos,
Onde até a natureza parece estar contra os portugueses…
A crise e as sementeiras arruinadas agudizam os prantos
– E não há luz que ilumine a esperança!
Os dias sucedem-se madraços e a nutrir depressões,
Entre lamentos mecânicos e as súplicas ao Senhor.
As árvores materializam as suas imperfeitas florações,
Antecipando um ano de muitas carências e algum temor
– E não há passo que não entre na dança!
As tardes são efémeras e coabitam com frugais devaneios
E uma ou outra réstia de sol, não aquece nem arrefece
A consciência daqueles que sentem os âmagos sobranceiros,
Desses tais que abraçam destinos que a ganância tece
– E ainda a caminhada é uma criança!
As noites são o apêndice de imensos pesadelos,
Onde todos se arrastam entre incertezas e pesares.
Longe virão as primaveras dos sonhos mais belos,
Com epílogos em outonos de venturas subliminares
– E apenas a miséria se apresta mansa!
Pelo alvorecer a tempestade adormece cansada
E os homens acordam e assentam os seus desencantos;
Afinal, tudo permaneceu na mesma e não se passou nada:
Tudo são trevas, tudo é desespero, tudo são prantos
– E tudo nesta vida é morte e cansa!
03.04.2013, Henricabilio
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 1427 reads
Add comment
other contents of Henricabilio
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Meditation | Nem sempre existe Poesia em ti... | 25 | 2.633 | 12/13/2019 - 15:57 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | DEDICATÓRIA: TU QUE VIAJAS COMIGO. | 4 | 1.530 | 02/27/2018 - 10:42 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | Pesadelo número três | 1 | 1.427 | 06/04/2013 - 09:50 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | POEMA ESCRITO ENQUANTO DORMIA | 3 | 1.580 | 03/25/2013 - 21:49 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | criArte: Autores versus Leitores | 1 | 1.684 | 02/07/2013 - 01:49 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Ou você se cala oh você se - ode | 4 | 1.574 | 01/28/2013 - 19:10 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Uma árvore tem sempre esperança | 1 | 1.448 | 12/09/2012 - 16:19 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Absurdos existenciAis | 3 | 2.161 | 11/29/2012 - 23:11 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Poema por linhas tortas | 3 | 1.872 | 11/21/2012 - 14:38 | Portuguese | |
Prosas/Ficção Cientifica | CONTACTO ALIENÍGENA - No tempo em que os homens falavam | 6 | 2.733 | 11/16/2012 - 17:03 | Portuguese | |
Prosas/Ficção Cientifica | CONTACTO ALIENÍGENA - A MORTE QUE VEIO DO ESPAÇO | 1 | 1.976 | 11/08/2012 - 20:08 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Testamento poÉtico | 2 | 1.517 | 10/13/2012 - 22:40 | Portuguese | |
Poesia/Friendship | Dar à palavra o sentimento | 3 | 1.327 | 09/25/2012 - 20:14 | Portuguese | |
Poesia/Joy | À pedra no meio do caminho | 6 | 1.538 | 09/16/2012 - 17:28 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Poema Big Bang | 3 | 3.053 | 08/21/2012 - 22:29 | Portuguese | |
Prosas/Ficção Cientifica | CONTACTO ALIENÍGENA - AOS OLHOS DE QUEM VÊ... | 3 | 5.768 | 08/11/2012 - 22:40 | Portuguese | |
Prosas/Ficção Cientifica | CONTACTO ALIENÍGENA - A GAIOLA | 2 | 4.912 | 08/11/2012 - 22:20 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | VAMOS FAZER UM HAIKAI?!... | 5 | 1.914 | 08/11/2012 - 22:16 | Portuguese | |
Poesia/Poetrix | 7 jogos de palavras em 7 poetrix | 8 | 2.190 | 07/16/2012 - 08:47 | Portuguese | |
Prosas/Mistério | COM UM ÚNICO TIRO... (Microconto) | 5 | 1.501 | 07/08/2012 - 00:04 | Portuguese | |
Poesia/Joy | Um poema breve, muito breve | 15 | 1.991 | 07/05/2012 - 22:28 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | PEÇO PERDÃO | 12 | 1.718 | 06/23/2012 - 16:36 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Novo Poema ao Espelho|ohlepsE | 4 | 1.952 | 06/22/2012 - 21:04 | Portuguese | |
Poesia/General | Criatividade versus censura | 8 | 1.987 | 06/10/2012 - 22:10 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Meditation | As nascentes das ideias | 5 | 1.800 | 05/28/2012 - 21:51 | Portuguese |
Comments
É um poema de desespero que
É um poema de desespero que retrata bem o que estamos sentindo na alma e vao cotrroendo a es+perança.
Bem haja.
Um abraço
Estêvão