Tacto dulcífico


Nunca mais atacarás
Jamais tactearás
Ares expressivos duma ferida aberta
Ao sonâmbulo aguçado
Semblante dum rosto deitado ao gemido.

Viajante tempo incrédulo

Sem mentiras montadas ao suave,
Em leves falsidades estirpadas
Tentando encontrar uma fina brecha
Na estrela que esconde um nome,
Na noite que brinca inocente.
No em tanto
Tanto e tanto faz

Quantas vezes chorastes
Quiçá disseste
Aquém mais que aquém
Uma selvagem fera fora solta ao tumulto
Ao descontrole que não sabe rezar.

Uma prece pediste!
Uma Ave Maria saída duma boca mecânica imploraste!
Ouves?
Sabes?

E desceu correndo como criança
Que foge de seu próprio sonho.
Havia aí um som penetrante latejante?
Falar-te-ão,
Do enforcamento primaveral assustador
Da travessia imunda
De suma primazia do murmúrio

A vida é uma armadilha
Na qual
Viver ás vezes é insuportável.

Muitamente exultou sua oração tão muitamente
Gravada grávida pronta para parir
Sob uma piscadela desmaiada

Blablabando apareceste
Permanentemente estático
Largado imóvel
Deste sangue congelado em fria veia
Nervos tornam-se pedras
Um olhar um aço
Incapaz de dizer maleabilidades

Um cigarro negro flutuante em cantolábio
Mostrando a distanteamente
Beleza nua tímida delicada

Tem dias que esquecer é preciso

Minha morte bem concebida
Na intenção de minha sobrevivência
Fecunda tão quanto infecunda
Que aduz e jaz o espírito em mim
 

Submited by

Thursday, December 16, 2010 - 16:01

Poesia :

Your rating: None (1 vote)

Alcantra

Alcantra's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 10 years 12 weeks ago
Joined: 04/14/2009
Posts:
Points: 1563

Comments

Susan's picture

Texto forte marcado por

Texto forte marcado por nuances de Amor e Ódio ...

Muito bom de se ler !!!!

Beijo

Susan

Add comment

Login to post comments

other contents of Alcantra

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Love Soma de poemas 5 2.790 02/27/2018 - 11:09 Portuguese
Poesia/General Abismo em seu libré 0 3.158 12/03/2012 - 23:35 Portuguese
Poesia/General Condado vermelho 0 3.666 11/30/2012 - 21:57 Portuguese
Poesia/General Ois nos beijos 1 2.648 11/23/2012 - 10:08 Portuguese
Poesia/General Dores ao relento 0 3.005 11/13/2012 - 20:05 Portuguese
Poesia/General Memórias do norte 1 2.096 11/10/2012 - 18:03 Portuguese
Poesia/General De vez tez cromo que espeta 0 3.266 11/05/2012 - 14:01 Portuguese
Poesia/General Cacos de teus átomos 0 2.546 10/29/2012 - 09:47 Portuguese
Poesia/General Corcovas nas ruas 0 3.026 10/22/2012 - 10:58 Portuguese
Poesia/General Mademouselle 0 2.404 10/08/2012 - 14:56 Portuguese
Poesia/General Semblantes do ontem 0 2.230 10/04/2012 - 01:29 Portuguese
Poesia/General Extravio de si 0 3.011 09/25/2012 - 15:10 Portuguese
Poesia/General Soprosos Mitos 0 3.527 09/17/2012 - 21:54 Portuguese
Poesia/General La boheme 0 3.294 09/10/2012 - 14:51 Portuguese
Poesia/General Mar da virgindade 2 2.369 08/27/2012 - 15:26 Portuguese
Poesia/General Gatos-de-algália 0 3.282 07/30/2012 - 15:16 Portuguese
Poesia/General Vidas de vidro num sutil beijo sem lábios 2 2.500 07/23/2012 - 00:48 Portuguese
Poesia/General Vales do céu 0 2.417 07/10/2012 - 10:48 Portuguese
Poesia/General Ana acorda 1 2.826 06/28/2012 - 16:05 Portuguese
Poesia/General Prato das tardes de Bordô 0 2.602 06/19/2012 - 16:00 Portuguese
Poesia/General Um sonho que se despe pela noite 0 2.943 06/11/2012 - 13:11 Portuguese
Poesia/General Ave César! 0 3.153 05/29/2012 - 17:54 Portuguese
Poesia/General Rodapés de Basiléia 1 2.655 05/24/2012 - 02:29 Portuguese
Poesia/General As luzes falsas da noite 0 3.016 05/14/2012 - 01:08 Portuguese
Poesia/General Noites com Caína 0 2.502 04/24/2012 - 15:19 Portuguese