Corpo de devaneios
"Quando nasceste,
certamente a terra tremeu!
E ali nasceu meu doce amor.
Os céus se fecharam e as estrelas se viraram
para que viesses à luz com todo teu fulgor.
Cresceste guiada por Deus e por Satã.
O Bem e o Mal em ti viviam como num clã.
Sempre te aproveitaste de tuas belas formas.
Soubeste sempre dominar-nos todos.
Eras um diabo a me perseguir e a me atormentar,
mas, sabias ser uma deusa para algo alcançar.
Sempre te diziam que a generosa natureza que te proveu as perfeitas formas
era a mesma mãe do tempo que te consumiria impiedosamente...
e que o tempo te mostraria o caminho.
Como podias ser juiz e réu com tanta facilidade como quando trocavas de humor?
Como podias enfeitiçar tanto minha alma com seu invisível véu de dor?
Eras distante como o mais secreto dos sentimentos e tão próxima quanto a maior das dores!
Se acalmasses as águas de teus sentidos, poderia navegá-los e compreendê-los, mas eras turva!
Dominavas a arma da linguagem e da expressão como ninguém!
Tua persuasão era a mais letal de tuas artimanhas!
Sabias que eu era desordem, mas não querias me arrumar.
Sabias que eu estava despedaçado, mas não querias me consertar.
Ainda que me fazias teu capacho, por vezes tinhas nojo até de me pisar!
E, mesmo quando me fazias teu rei, ainda assim sabias meu reino dominar.
Quando envelheceste ainda tinhas a juventude e a beleza de quando moça.
Agora que não tens mais sentido algum e não podes dominar a mais ninguém,
o que fará teu espírito vagando por entre nós sem que possamos perceber sua presença?
Estás tão linda com a tez mais branca que já possuíras!
Com o branco frio da gélida paz, jazes em teu eterno leito.
Que tudo que eu faça seja louvável!
Que tudo que eu faça seja compatível
com o que ainda não existe,
com o que ainda é inimaginável!
Que tudo que eu veja seja inimitável!
Que tudo que eu veja seja invisível!
Pois, tudo o que vemos é pouco e ainda temos muito a descobrir.
Vai em paz, minha querida..."
certamente a terra tremeu!
E ali nasceu meu doce amor.
Os céus se fecharam e as estrelas se viraram
para que viesses à luz com todo teu fulgor.
Cresceste guiada por Deus e por Satã.
O Bem e o Mal em ti viviam como num clã.
Sempre te aproveitaste de tuas belas formas.
Soubeste sempre dominar-nos todos.
Eras um diabo a me perseguir e a me atormentar,
mas, sabias ser uma deusa para algo alcançar.
Sempre te diziam que a generosa natureza que te proveu as perfeitas formas
era a mesma mãe do tempo que te consumiria impiedosamente...
e que o tempo te mostraria o caminho.
Como podias ser juiz e réu com tanta facilidade como quando trocavas de humor?
Como podias enfeitiçar tanto minha alma com seu invisível véu de dor?
Eras distante como o mais secreto dos sentimentos e tão próxima quanto a maior das dores!
Se acalmasses as águas de teus sentidos, poderia navegá-los e compreendê-los, mas eras turva!
Dominavas a arma da linguagem e da expressão como ninguém!
Tua persuasão era a mais letal de tuas artimanhas!
Sabias que eu era desordem, mas não querias me arrumar.
Sabias que eu estava despedaçado, mas não querias me consertar.
Ainda que me fazias teu capacho, por vezes tinhas nojo até de me pisar!
E, mesmo quando me fazias teu rei, ainda assim sabias meu reino dominar.
Quando envelheceste ainda tinhas a juventude e a beleza de quando moça.
Agora que não tens mais sentido algum e não podes dominar a mais ninguém,
o que fará teu espírito vagando por entre nós sem que possamos perceber sua presença?
Estás tão linda com a tez mais branca que já possuíras!
Com o branco frio da gélida paz, jazes em teu eterno leito.
Que tudo que eu faça seja louvável!
Que tudo que eu faça seja compatível
com o que ainda não existe,
com o que ainda é inimaginável!
Que tudo que eu veja seja inimitável!
Que tudo que eu veja seja invisível!
Pois, tudo o que vemos é pouco e ainda temos muito a descobrir.
Vai em paz, minha querida..."
[size=xx-small][font=Courier]Vejam também os meus outros textos, comentem, ficarei feliz em receber comentários.[/font][/size]
Submited by
Friday, May 28, 2010 - 20:59
Poesia :
- Login to post comments
- 667 reads
MaynardoAlves
Add comment
Login to post comments
other contents of MaynardoAlves
| Topic | Title | Replies | Views |
Last Post |
Language | |
|---|---|---|---|---|---|---|
| Poesia/Aphorism | O vinhedo universal | 1 | 1.885 | 02/06/2020 - 14:39 | Portuguese | |
| Poesia/Meditation | Metamorfose filosófica: bênção ou maldição? | 1 | 2.377 | 12/03/2018 - 16:23 | Portuguese | |
| Poesia/Intervention | Aos vivos que ficam ou Epitáfio II | 1 | 1.791 | 10/09/2018 - 13:41 | Portuguese | |
| Poesia/General | Meu pequeno depoimento em prol do ateísmo | 0 | 1.433 | 09/26/2018 - 01:17 | Portuguese | |
| Poesia/General | Revolucionário... revolucionário!? | 1 | 1.535 | 09/25/2018 - 18:12 | Portuguese | |
| Prosas/Others | Meu pequeno depoimento em prol do ateísmo | 0 | 1.853 | 09/19/2018 - 20:13 | Portuguese | |
| Poesia/Meditation | O legado de um filósofo | 1 | 1.636 | 09/17/2018 - 20:45 | Portuguese | |
| Poesia/Intervention | Os novos mandamentos (ou melhor, conselhos) | 1 | 2.048 | 08/29/2018 - 00:53 | Portuguese | |
| Poesia/Fantasy | O jardim de Epicuro | 1 | 1.951 | 08/22/2018 - 17:14 | Portuguese | |
| Poesia/Sadness | Em (des)construção | 1 | 1.950 | 08/10/2018 - 15:46 | Portuguese | |
| Poesia/Sadness | Máquina do tempo | 1 | 2.213 | 08/08/2018 - 17:28 | Portuguese | |
| Poesia/Sadness | Valores familiares | 1 | 1.976 | 08/08/2018 - 17:21 | Portuguese | |
| Poesia/Thoughts | Um lugar para chamar de seu | 1 | 2.036 | 08/08/2018 - 17:14 | Portuguese | |
| Poesia/Meditation | Humilde-se! | 1 | 1.892 | 05/21/2018 - 12:41 | Portuguese | |
| Poesia/Sadness | Um inferno (para um poeta) | 1 | 2.079 | 05/21/2018 - 12:34 | Portuguese | |
| Prosas/Others | Onde? | 2 | 1.851 | 03/08/2018 - 18:41 | Portuguese | |
| Poesia/Comedy | Meu amigo ócio | 4 | 2.102 | 03/06/2018 - 16:20 | Portuguese | |
| Poesia/General | Promessas para uma vida nova | 2 | 2.354 | 03/05/2018 - 21:09 | Portuguese | |
| Poesia/Meditation | Se Deus existisse... | 4 | 1.828 | 03/05/2018 - 20:56 | Portuguese | |
| Poesia/Intervention | Onde? | 18 | 2.419 | 01/03/2018 - 19:28 | Portuguese | |
| Poesia/Meditation | Um instante infinito | 1 | 1.890 | 11/17/2017 - 15:00 | Portuguese | |
| Poesia/Disillusion | Ainda no exílio (desde os dias de Gonçalves Dias) | 1 | 2.200 | 11/08/2017 - 12:38 | Portuguese | |
| Poesia/Song | Sem título (por luto) | 1 | 1.971 | 10/27/2017 - 15:34 | Portuguese | |
| Poesia/General | Mensagem | 1 | 2.077 | 03/27/2017 - 14:50 | Portuguese | |
| Poesia/Aphorism | O exagero de Sócrates | 0 | 1.794 | 10/14/2016 - 20:50 | Portuguese |
Comments
Corpo de devaneios
Personagem diante do caixão onde jaz sua amada; sofrendo pela perda recente do amor de sua vida, mas também aliviado.